ATA DA TRIGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 20-5-2004.
Aos vinte dias do mês de maio de dois mil e quatro,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Elói Guimarães,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco
Vaz, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e
Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Na ocasião, face à inexistência de quórum deliberativo,
deixou de ser votada a Ata da Décima Quinta Sessão Solene. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Elói Guimarães, a Indicação n° 018/04 (Processo n° 2765/04); pelo
Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 991, 992, 993, 994,
995, 996, 997, 998, 999, 1000, 1001, 1002, 1003, 1004, 1005, 1006, 1007, 1008,
1009, 1010, 1011, 1012, 1013, 1014 e 1019/04 (Processos nos 2720, 2722, 2723,
2725, 2726, 2727, 2729, 2730, 2732, 2733, 2735, 2736, 2737, 2738, 2739, 2740,
2741, 2742, 2743, 2744, 2745, 2746, 2747, 2748 e 2763/04, respectivamente) e o
Projeto de Resolução n° 080/04 (Processo n° 2686/04); pelo Vereador João Carlos
Nedel, os Pedidos de Providências nos 1017 e 1018/04 (Processos nos 2758 e
2759/04, respectivamente); pelo Vereador Wilton Araújo, o Projeto de Resolução
n° 079/04 (Processo n° 2658/04). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 019/03,
do Vereador Luciano Lara, Presidente da Câmara Municipal de Cachoeira do Sul –
RS; 001/04, do Vereador Vitor Hugo Pereira, Presidente da Câmara Municipal de
Venâncio Aires – RS; 001/04, do Conselheiro Victor José Faccioni, Presidente do
Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul; 001/04, da Vereadora Olívia
Steffler, Presidenta da Câmara Municipal de Teutônia – RS; 542/04, do Vereador
José de Jesus Manzano Martin, Presidente da Câmara Municipal de Estância
Turística de Tupã – SP; Comunicado n° 40435/04, do Senhor José Henrique Paim
Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.
Após, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Adherbal Barbosa
Faria, Eljocir Roberto Pegoraro, Itamar Correia Souto e Julio Edy Pereira,
respectivamente Provedor, Secretário, Alferes da Bandeira e Mordomo da
Irmandade do Divino Espírito Santo, e do Senhor Dirceu Tubino, convidando Suas
Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra ao Senhor
Adherbal Barbosa Faria, que discorreu sobre o trabalho realizado em Porto
Alegre pela Irmandade do Divino Espírito Santo, ressaltando o atendimento
educacional e religioso oferecido à comunidade infanto-juvenil nessa
instituição. Ainda, convidou a todos para os eventos relativos à Festa de Pentecostes
e à Novena do Espírito Santo, a serem realizados na Cidade, no período de vinte
e um a trinta de maio do corrente. A seguir, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do septuagésimo aniversário
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nos termos do Requerimento n°
011/04 (Processo n° 0232/04), de autoria do Vereador Raul Carrion. Compuseram a
Mesa: o Vereador Elói Guimarães, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, presidindo os trabalhos; a Deputada Estadual Jussara Cony,
representando a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o Tenente-Coronel
Marco Aurélio da Silva Forlin, representando o Comando-Geral da Brigada
Militar; o Decano Cláudio Scherer, representando a Universidade Federal do Rio
Grande do Sul; os Senhores Early Macarth e Tuiscom Dick, ex-Reitores da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; a Senhora Elizabete Zardo Búrigo, representando
a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; a
Senhora Manoela D’Avila, Vice-Presidenta Sul da União Nacional dos Estudantes –
UNE; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário deste Legislativo. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença da Magnífica Reitora
Wrana Panizzi, informando que, por compromissos anteriormente agendados, Sua
Excelência não poderia permanecer até o final da presente homenagem. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion abordou a influência da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul na sua formação como cidadão consciente de seu papel
na sociedade, destacando o reconhecimento que possui essa instituição junto à
comunidade científica brasileira e internacional. Também, comentou a situação política
e econômica do País, analisando a participação das universidades públicas no
processo de desenvolvimento nacional. O Vereador João Carlos Nedel grifou a importância
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul dentro do sistema brasileiro de
ensino superior, afirmando que a formação educacional é a base determinante do
bem comum e que o maior empenho dos governos deveria ser o de realizar o
preceito constitucional da educação como direito de todos. Finalizando,
discorreu sobre proposta do Governo Federal, de reservar vagas em universidades
para candidatos egressos das escolas públicas. A Vereadora Sofia Cavedon
enalteceu a influência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul na formação
intelectual e pessoal dos jovens gaúchos. Nesse sentido, analisou aspectos
relativos à sociedade brasileira contemporânea, frisando a necessidade de que a
educação alie excelência técnica ao diálogo e à democracia e declarando que
essa aliança é a causa do diferencial científico e humanístico que caracteriza
a instituição ora homenageada por esta Casa. O Vereador Carlos Alberto Garcia,
sublinhando que a concretização dos objetivos de uma universidade é embasada na
consolidação de princípios essenciais como ensino, pesquisa e extensão, citou
dados referentes à importância da pesquisa universitária para o desenvolvimento
científico e intelectual de uma nação. Ainda, apresentou depoimento pessoal de
sua experiência como profissional egresso do Curso de Educação Física da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou o recebimento de correspondências alusivas à presente homenagem,
enviadas pelo Conselheiro Victor José Faccioni, Presidente do Tribunal de
Contas do Estado do Rio Grande do Sul; pelo Senhor Évison Osvaldo Nickele
Córdova, Diretor Administrativo da Secretaria Estadual da Ciência e Tecnologia,
em nome do Secretário Kalil Sehbe; pelo Senhor Frederico Antunes, Secretário de
Estado das Obras Públicas e Saneamento. Em prosseguimento, o Senhor Presidente
concedeu a palavra ao Decano Cláudio Scherer, que, em nome da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, agradeceu o registro do transcurso dos setenta
anos dessa Universidade. Às quinze horas e dezessete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e quatro minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Beto Moesch
comentou o aumento na arrecadação de impostos pelo Poder Público nos últimos
anos, afirmando que, em contrapartida, os serviços oferecidos à população são
de baixa qualidade e defendendo uma discussão aprofundada sobre a carga
tributária no Brasil. Também, condenou a falta de estrutura em praças e locais
públicos de entretenimento na Cidade, assegurando que em alguns desses locais
existem, inclusive, construções irregulares. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou a presença do ex-Vereador Leão de Medeiros, Presidente do Diretório
Metropolitano do Partido Trabalhista Brasileiro. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador
Cláudio Sebenelo discorreu acerca da descoberta de desvio de dinheiro do
Ministério da Saúde, por meio da manipulação de licitações, alegando que essas
fraudes são responsáveis por grande parte dos problemas enfrentados atualmente
pelo Brasil na área da saúde pública. Nesse sentido, considerou essas notícias
como motivo de vergonha para o País, argumentando que a população brasileira
não merece sofrer esse tipo de agressão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Pedro Américo Leal discutiu a morte do Promotor Marcelo Küfner, em Santa Rosa –
RS, lembrando que Sua Excelência colaborou com a implementação do Serviço de
Assistência Psicológica da Brigada Militar. Também, censurou a concessão de
liminares que endossam o ingresso de pessoas psicologicamente incapazes nos
serviços de segurança pública, observando que o controle emocional é
indispensável aos policiais. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador João Bosco Vaz, Líder da Bancada do PDT, solicitando, nos termos do
artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o
Vereador Isaac Ainhorn, no dia de hoje. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João
Antonio Dib criticou a discussão, no Congresso Nacional, da decisão do Tribunal
Superior Eleitoral acerca da regulamentação do número de Vereadores nos
Municípios brasileiros, declarando que aquele Parlamento está decretando sua
autofalência com essa medida. Ainda, discursou sobre a situação da saúde
pública em Porto Alegre, questionando a política adotada pela Prefeitura
Municipal em relação ao assunto. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou
as presenças do jornalista Kenny Braga e do Coronel Emílio Neme, ex-Chefe da
Casa Militar do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 107,
108, 109 e 111/04, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de
Resolução nos 073, 074 e 075/04, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, e
076/04, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Raul Carrion; em 2ª
Sessão, o Projeto de Resolução nº 066/04, o Projeto de Lei do Executivo nº
014/04, discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa, Renato Guimarães e Clênia
Maranhão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 088/04, discutido pelos
Vereadores Raul Carrion e Clênia Maranhão, e 104/04, discutido pelos Vereadores
João Antonio Dib e Renato Guimarães. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou
a presença do Deputado Estadual Fernando Záchia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Luiz Braz relatou denúncia que recebeu acerca do número de acidentes
de trabalho sofridos por funcionários municipais, mencionando ter formulado
Pedido de Informações sobre o assunto, encaminhado por Sua Excelência ao
Executivo Municipal. Nesse sentido, condenou a falta de equipamentos de
proteção para os trabalhadores municipais, censurando a falta de recursos
disponíveis à Coordenação do Programa de Saúde do Trabalhador. O Vereador Raul
Carrion condenou o ataque perpetrado ontem por tropas israelenses contra campo
de refugiados na Faixa de Gaza, no Oriente Médio, onde foram feridas e mortas
diversas pessoas, a maioria crianças e adolescentes. Sobre o assunto, mencionou
que muitos países repudiaram esse ato, com manifestações, inclusive, de
representantes do próprio Parlamento israelense, e que o Governo Brasileiro
também reprovou essa ação. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo
Vereador João Bosco Vaz, Líder da Bancada do PDT, informando o impedimento do
Suplente Mário Fraga em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao
Vereador Isaac Ainhorn, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente Mauro Zacher, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Também, o Vereador Sebastião Melo
manifestou-se sobre Requerimento, protocolado por Sua Excelência, de Renovação
de Votação para o Projeto de Decreto Legislativo nº 002/04, tendo o Senhor
Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando Renovação de
Votação para o Projeto de Decreto Legislativo nº 002/04 (Processo nº 1865/04).
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Pestana contraditou o pronunciamento
do Vereador Cláudio Sebenelo, em Comunicações, o qual teceu críticas sobre a
gestão da área da saúde pública do Município de Porto Alegre, salientando ações
positivas do Governo Federal em relação aos serviços de saúde. Ainda, manifestou-se
criticamente a respeito de propagandas político-partidárias do Partido Movimento
Democrático Brasileiro, colocadas em locais de visualização pública na Cidade.
O Vereador Sebastião Melo debateu matéria publicada no jornal Zero Hora de
hoje, intitulada “Fraude lesa a saúde em R$ 2 bilhões”, contrapondo-se ao
pronunciamento do Vereador Carlos Pestana, o qual defendeu as ações do Governo
Federal no âmbito da saúde pública. Ainda, criticou o governo do Partido dos
Trabalhadores em relação a diretrizes políticas em âmbito Federal e Municipal,
rebatendo atribuições de corrupção a governos de gestões anteriores, no País e
no Estado. O Vereador Mauro Zacher noticiou a realização do “1º Fórum de
Revitalização do 4º Distrito”, que ocorrerá no dia vinte e dois de maio do
corrente, no Colégio Concórdia em Porto Alegre, discursando acerca da atual
situação dessa região do Município. Sobre o assunto, lembrou que esse evento é
uma parceria da Associação dos Amigos do 4º Distrito com a União das
Associações de Moradores de Porto Alegre – UAMPA. O Vereador Carlos Alberto
Garcia comentou o pronunciamento do Vereador Mauro Zacher, enaltecendo o
trabalho realizado pelo Governo Municipal a respeito do saneamento básico do 4º
Distrito do Município de Porto Alegre. Também, elogiou as ações desenvolvidas
pela Defensoria Pública Municipal, em conjunto com a Faculdade de Arquitetura
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na Vila Batista Flores, no que
tange à regularização fundiária desse local. Às dezessete horas, constatada a
inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador João
Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos para
integrar a Mesa dos trabalhos, para a honra desta Casa, a Irmandade do Divino
Espírito Santo, aqui representada pelo Sr. Adherbal Barbosa Faria, Provedor;
pelo Secretário Eljocir Roberto Pegoraro; pelo Sr. Itamar Correia Souto,
Alferes da Bandeira; pelo Mordomo Julio Edy Pereira; e pelo Sr. Dirceu Tubino.
É da tradição de Porto Alegre e da Casa,
anualmente, receber aqui a Irmandade do Divino Espírito Santo. Nesse sentido
queremos, em nome da Casa, dizer da honra e da satisfação de recebermos a
Irmandade, que, tradicionalmente, vem abençoar a Casa, trazer a Bandeira do
Divino e convidar para as festividades que se desenvolverão neste mês.
O
Sr. Provedor, Adherbal Barbosa Faria, está com a palavra.
O
SR. ADHERBAL BARBOSA FARIA: Muito obrigado, Ver.
Elói Guimarães. Inicialmente, eu tenho o prazer de passar à mão de V. Exª o
convite oficial para a Casa. Na verdade, mais uma vez, estamos aqui na Casa do
Povo, na Câmara de Vereadores, cumprindo uma tradição - que data de muitos e
muitos anos - de na data das festividades, comparecermos para trazer a nossa
mensagem, o nosso convite, e fazer circular a Bandeira, símbolo do Divino
Espírito Santo, pelo plenário e entre as pessoas presentes. Neste ano as nossas
festividades começam na sexta-feira, dia 21, às 19 horas, com o início da
novena na Capela do Divino Espírito Santo, Rua José Bonifácio nº 753, seguindo
a novena, a cada dia com um palestrante, como consta do programa que os
senhores receberam. No dia 30 haverá o encerramento, Dia de Pentecostes; a
grande procissão sairá da Catedral Metropolitana, às 16 horas, dirigindo-se
para a Capela do Divino Espírito Santo, presidida pelo Sr. Arcebispo
Metropolitano de Porto Alegre, onde celebrará Missa Festiva. Durante essa Missa
Festiva será coroado o novo Imperador Festeiro e o novo Alferes da Bandeira,
tradição da nossa Irmandade, uma irmandade que data do ano de 1821 e que se transformou
em irmandade quando veio para o Brasil, trazida pelos irmãos açorianos.
Hoje, a par da nossa festividade
religiosa, dos nossos atos litúrgicos celebrados na capela, nós estamos,
também, ativamente ligados à necessidade social da nossa população, tanto que a
Irmandade do Divino Espírito Santo instalou uma escola de informática para
carentes, inteiramente grátis, sem a cobrança de qualquer taxa, que já
certificou, seguramente, 26 turmas, dentre as quais muitos dos alunos já nos
comunicaram a obtenção do primeiro emprego graças ao curso de informática
realizado na Irmandade. Se não bastasse isso, como temos de prever – e também
já a fazíamos há muito tempo -, a necessidade de o nosso povo comer, tanto que
distribuímos, mensalmente, por diversas creches de Porto Alegre, cuja relação
também consta do programa, alimentos não-perecíveis para 1.300 crianças. Todos
os meses 1.300 crianças recebem gêneros alimentícios fornecidos pela Irmandade
do Divino Espírito Santo. Somos uma equipe pequena, mas que abraçou a obra do
Divino Espírito Santo e a ela se dedica de coração aberto. Estamos nessa
corrida atrás do povo e pelo povo, que tanto precisa das graças de Deus e do
Divino Espírito Santo.
E trazemos a esta Casa, com a permissão
do Sr. Vereador-Presidente, a Bandeira do Divino Espírito Santo que é o nosso
símbolo maior, Bandeira cujo poder é indescritível. Se eu contasse para os
senhores o que esta Bandeira tem feito, talvez a maioria duvidasse, mas são
inúmeros os casos de graças e de milagres alcançados pelo simples toque nesta
Bandeira. E, por isso eu vou pedir permissão ao Sr. Vereador-Presidente para
que o Alferes da Bandeira circule pelo plenário com a nossa Bandeira,
passando-a por todas as Bancadas.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos agradecer
o convite e dizer, também, que a Irmandade nos passa a informação de que dentro
da programação, no dia 29, as novenas, os atos festivos serão em intenção à
Câmara Municipal de Porto Alegre.
Portanto, a Bandeira circulará pelas
Bancadas como tradicionalmente tem sido feito.
(O Sr. Julio Edy Pereira, Alferes da
Bandeira, circula pelo plenário com a Bandeira do Divino Espírito Santo.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos, mais uma
vez, agradecer a Irmandade do Divino Espírito Santo e reiterar os convites já
formulados para as novenas, sendo uma delas em intenção à Câmara Municipal de
Porto Alegre.
Passamos às
Hoje, período destinado a assinalar o
transcurso do 70.º aniversário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
nos termos do Requerimento nº 011/04, de autoria do Ver. Raul Carrion.
Convidamos a integrar a Mesa o
representante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Decano Cláudio
Scherer; a representante da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul,
Deputada Jussara Cony; o representante do Comando-Geral da Brigada Militar,
Tenente-Coronel Marco Aurélio da Silva Forlin; ex-Reitores da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Sr. Early Macarth, meu ex-Professor no Curso
Clássico e o Sr. Tuiscom Dick.
Eu quero registrar a presença da
Magnífica Reitora Wrana Panizzi, que, por compromissos, terá de se retirar. Por
isso, ela não está conosco compondo a Mesa.
Também, convido a fazer parte da Mesa a
Srª Elizabete Búrigo, representante da Associação dos Docentes da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul; a Srª Manoela D’Avila, Vice-Presidente Sul da
União Nacional dos Estudantes. Logo em seguida, citaremos as demais autoridades
presentes.
O Ver. Raul Carrion, proponente desta
homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O
SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer da nossa satisfação em
poder prestar, no dia de hoje, véspera do Dia Mundial do Desenvolvimento
Cultural e do Dia da Língua Nacional, esta homenagem, aprovada pela unanimidade
da Casa, pela passagem dos 70 anos de vida da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, que, no seu surgimento, em 1934, foi denominada Universidade de
Porto Alegre.
É muito grande a minha relação pessoal e familiar com a
UFRGS. Em primeiro lugar, como ex-aluno dos cursos de Engenharia Química, de
Química e de História. Em segundo lugar, porque meu pai, Francisco Machado
Carrion, foi Professor e Diretor das Faculdades de Economia e de Direito,
membro do Conselho Universitário por muitos anos, tendo, inclusive, assumido a
Reitoria em determinados momentos, e, também, pelos meus irmãos: o Eduardo,
ex-Diretor do Direito; a Otília, ex-Diretora da Economia; o Francisco,
professor da Economia; todos eles, inclusive a Vera Maria, formados pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Aliás, a formação, pelo menos a que eu
tive na Universidade, não é só profissional. Ali me formei como cidadão, me
formei nas lides políticas. Entrei em 1964; poucos dias depois ocorreu o golpe
militar, e lá estávamos enfrascados nas peleias, na luta pela redemocratização
do País.
Por tudo isso, por esse convívio
permanente, nasceu um grande carinho e uma enorme admiração por essa notável
instituição pública, reconhecida nacional e internacionalmente, não só pela
qualidade de seu ensino e pesquisa como pela sua postura de protagonismo na
luta pelas transformações do nosso País.
Poderia discorrer longamente sobre as
primeiras Faculdades que vieram compor a UFRGS, como a Escola Livre de Farmácia
e Química Industrial, criada nos idos de 1895 e instalada em 1896, dando
origem, após, às Faculdades de Medicina e Odontologia, ou sobre a Faculdade de
Engenharia, surgida em 1896, e os cursos de Agronomia e Veterinária, já em 1899.
Sobre a centenária Faculdade Livre de
Direito de Porto Alegre, inaugurada em 1900, de cuja primeira turma de
formandos fazia parte meu avô materno Jacob Kroeff, embrião das futuras
Faculdades de Ciências Econômicas e de Filosofia, Ciências e Letras. Em 1908,
podemos registrar o nascimento do Instituto de Belas Artes.
Por qualquer ângulo que se olhe,
portanto, é impossível pensar no desenvolvimento intelectual, científico e
artístico de nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País, sem referenciarmos
a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, antiga Universidade de Porto
Alegre.
Queremos também falar sobre o futuro; não
é possível pretendermos um Brasil soberano, próspero, uma Nação pujante, sem um
pensamento nacional, sem um pensamento forjado na academia e, em especial, nas
universidades públicas deste País. Universidade que, apesar de hoje, devido à
onda privatista, totaliza apenas um terço das vagas; tem dois terços dos
professores com doutorado e é responsável por 87% dos mestrandos e 89% dos doutorandos
deste País, que é responsável pela quase totalidade da pesquisa universitária
do nosso País. Universidade que, apesar do sucateamento, apesar de anos de
dificuldades, de rebaixamento de salários, de aposentadoria de milhares de
professores, de uma carência hoje de mais de oito mil mestres, apesar disso,
continua sendo uma Universidade de alta qualidade para este País.
Nós, hoje, vivemos um momento neste País
que abre a possibilidade de retomarmos um processo de desenvolvimento nacional.
Após a primeira onda desenvolvimentista, que foi o Projeto Vargas, que decorreu
com ele, sem ele e contra ele, nós tivemos um período de desmonte do Estado
Nacional, em que a soberania nacional foi arquivada como uma velharia, e
aqueles que defendiam a Nação brasileira eram considerados dinossauros. Hoje,
novamente, está na pauta deste País a construção da Nação, e para isso a
ciência, o saber, o conhecimento são essenciais e indispensáveis. Por isso, o
novo projeto de desenvolvimento que este País certamente vai ter, sob a direção
do Presidente Lula e a mobilização do nosso povo, terá, necessariamente, na
universidade pública um instrumento e uma alavanca fundamental e estratégica.
Por tudo isso queremos não só homenagear
os 70 anos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - e aqui estamos
homenageando a universidade pública neste País -, mas homenagear esses homens e
essas mulheres que dedicaram a sua vida ao saber, ao conhecimento, à pesquisa e
ao desenvolvimento nacional. Longa vida à Universidade Federal do Rio Grande do
Sul! Longa vida à universidade pública deste País! E, lutemos por um novo
projeto de desenvolvimento nacional. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Quero saudar o Ver.
Raul Carrion, proponente da homenagem.
O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra, em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Tenho afirmado,
repetidas vezes, desta tribuna, e vou fazê-lo novamente hoje, que as homenagens
que aqui prestamos não podem se esgotar na formalidade do ato e, menos ainda,
na reverência necessária ao reconhecimento dos méritos do homenageado. Por
isso, com muita honra, falo em nome da Bancada do Partido Progressista
Brasileiro; do ex-aluno da UFRGS, João Antonio Dib, aluno da Engenharia; do
ex-aluno da UFRGS, Beto Moesch, na área do Direito; do Ver. Pedro Américo Leal
e no meu, e ainda em nome da Bancada do PSL, do Ver. Almerindo Filho.
Meu
cumprimento fraterno ao ilustre Vereador Raul Carrion, mentor desta homenagem à
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pelos seus 70 anos de existência,
oportunidade que temos para algumas considerações sobre questões relativas ao
problema da educação no Brasil, em que a Universidade desempenha papel
preponderante.
Tenho
para mim, Ver. Raul Carrion, que está na educação a base determinante do bem
comum, alvo maior da atividade política e social. E acredito, com toda a
convicção, que o maior empenho dos Governos, em todos os níveis, deve ser o de
realizar o preceito constitucional de que a educação é direito de todos. Mas é
também dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Discute-se, neste momento, em nível nacional, a pretendida reserva, pelo
Governo Federal, de cinqüenta por cento das vagas nas universidades federais
para candidatos egressos das escolas públicas. A proposição inclusive pegou de
surpresa 47 dirigentes de instituições que haviam-se reunido com o Ministro da
Educação, poucos dias antes, sem que lhes fosse dita qualquer palavra a respeito.
A
verdade é que a discussão sobre o assunto não foi feita na amplitude e na
profundidade necessárias e, assim, a medida proposta parece mais revestida de
cunho ideológico do que de embasamento técnico. Volto a frisar que de nada
adiantarão medidas imediatistas, simplistas na forma e paliativas no resultado,
se a questão não for abordada segundo uma ótica sistêmica, capaz de contemplar
suas repercussões presentes e futuras.
Ao
longo destes 70 anos, a UFRGS tem sido palco e tribuna para as principais
discussões que interessam à sociedade. Com essa característica de vivacidade,
incidiu sempre na conformação do nosso futuro, seja como Estado, seja como
Nação.
Seus
corpos docente e discente trouxeram para junto de si inquestionável
respeitabilidade, graças a uma renovada disposição para o pertencimento de sua
época, ou seja, para o enfrentamento dos principais desafios propostos pela
própria vida.
A
história da UFRGS nos revela que ela possui, também, uma importância política,
posto que sua existência, enquanto instituição, gera efeitos em sociedade.
Uma
das três maiores universidades brasileiras em importância, dimensão e produção
intelectual, a UFRGS, guardiã de nossa cultura e fonte promotora do
conhecimento que se cria, ao longo dos anos tem colocado todo o seu potencial
crítico a serviço da sociedade. É uma entidade da qual se orgulham seus alunos,
seus professores e colaboradores e, de modo especial, o povo gaúcho. Sua
própria existência é, em essência, realizadora e nos permite momentos como este:
de análise, de crescimento e de comemoração.
Parabéns
a todos os que constroem, no dia a dia, a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul: dirigentes, professores, alunos e colaboradores de todos os níveis.
Que
Deus Nosso Senhor abençoe a todos e continue a iluminá-los nessa trajetória,
que há de fazer a UFRGS muitas vezes centenária. Parabéns.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra, em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Pestana.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente desta Sessão, Ver. Elói
Guimarães. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu queria, como
ex-aluna também da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, me somar à homenagem que o Ver. Carrion,
de forma tão oportuna, traz a esta Casa.
Esta Universidade é, eu diria, a alma de
Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. Por que é a alma? Porque é o
sonho de todo o jovem e de toda a jovem deste Estado e desta Cidade entrar na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Eu vivi esse processo; vim lá do
Interior, parecia o máximo da emancipação!
O momento mais dramático da vida de uma
pessoa é disputar um vestibular na UFRGS e realizar essa conquista. E se nós
considerarmos que a educação é o processo pelo qual nós nos tornamos, de fato,
humanos, o ser humano constitui a sua humanidade no processo de educação. Claro
que há a educação informal - a da família, a que acontece com os amigos, nos
sindicatos, depois em todos os espaços -, mas a escola formaliza uma série de
conhecimentos, organiza uma série de aprendizagens que possibilitam ao ser
humano a atualização histórica necessária para a sua formação de ser humano
pleno. Às vezes a gente acha que isso se dá só através da educação básica -
Ensino Fundamental e Ensino Médio. Mas eu sou testemunha disso, e acredito que
milhares e milhares de jovens constituíram-se seres humanos ao passar pela
Universidade. A UFRGS tem esse privilégio de ser um dos instrumentos fundamentais
na constituição do ser humano pleno.
Quando eu vim para cá e fui morar na
CEUFRGS, na Casa do Estudante, no primeiro ano, na minha chegada aqui,
aconteceu uma greve promovida pelos professores. Eu entrei em 1982 na UFGRS,
vinda do Interior, fui morar na Casa do Estudante, onde havia alunas de toda
parte; o pessoal era muito politizado, e havia a greve na Universidade. E,
dali, de soco, uma jovem do Interior é chamada a discutir o mundo, o projeto de
sociedade, financiamento da Educação pública. Quero trazer esses aspectos para
vocês verem o que a UFRGS faz com os nossos jovens.
O meu primeiro emprego foi na
Universidade, foi um estágio na UFRGS. A UFRGS oferecia estágios - não me
lembro mais qual era o setor em que a gente se inscrevia -, e lá eu fui
encontrar a máquina elétrica de datilografia pela primeira vez, e comecei a me
relacionar no trabalho. Na Educação Física, nós fomos discutir Educação,
Sociologia, a técnica, o desenvolvimento da criança. Eu costumo dizer que ter
vindo para Porto Alegre... Esse é um outro papel que a UFRGS faz, atrai os
jovens para Porto Alegre. A entrada na Universidade me fez nascer, e hoje eu
vejo que me constituí ser humano político, ser humano pleno, que compreende um
pouco mais o mundo, que aprende e consegue se colocar e intervir nele.
Então, se a UFRGS faz tudo isso, é porque
ela é uma Universidade que alia o clima democrático, à possibilidade do debate,
da pluralidade, à excelência da técnica e à formação geral e humanista. E nós
queremos nos orgulhar muito dela, queremos que o exemplo do que ela faz possa
ser estendido ao conjunto dos jovens. Fica aqui o desafio da luta pela
democratização da escola pública em nível superior também.
Ficam os nossos parabéns e os nossos
cumprimentos a esta Universidade que, tenho certeza, fez e faz diferença na
história da cultura e do conhecimento, na história de Porto Alegre e do Rio
Grande do Sul. Longa vida à Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
(Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto
Garcia está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr.
Goulart.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Quero também registrar o nome do Prof. Aldo Rosito, Coordenador de
Educação Básica e Profissional da UFRGS, e do Prof. José Carlos Ferraz
Hennemann, Vice-Reitor da Universidade, que tem desempenhado um papel
importantíssimo junto à Universidade, nesses anos; prezado Ver. Raul Carrion,
proponente desta homenagem.
Quero agradecer ao Ver. Dr. Goulart, pela
cessão de tempo; eu estava inscrito, mas havia trocado com o Ver. Pujol, e o
Ver. Dr. Goulart então me cedeu o seu tempo.
O Ver. João Antonio Dib, Vereador do PP,
solicitou também que gostaria que eu citasse a importância da UFRGS para ele,
quando, em 1948, ingressou na Faculdade de Filosofia, no Instituto de Química,
e depois, em 1949, na Engenharia. Ainda fez questão que eu frisasse o seguinte,
ele disse: “Garcia, eu sou o Vereador mais antigo com ligação com a
Universidade do Rio Grande do Sul”. Ele também disse: “Olha, eu sou da
Universidade do Rio Grande do Sul”, e eu ainda mexi com o Dib e disse a ele: “E
eu sou da Universidade Federal do Rio Grande do Sul”, porque eu fiz o primeiro
vestibular na Universidade, em 1971, quando houve o primeiro vestibular feito
com todos os cursos. Até hoje gravo, com muito carinho, o meu número, 0651/71,
quando tive a oportunidade de ingressar no Curso de Educação Física.
A Universidade Federal tem essa
característica, essa simbologia que foi mencionada pelo Ver. Carrion na sua
fala. Mas eu quero ressaltar a importância de uma instituição de ensino, e uma
Universidade é respaldada em três princípios: o ensino, a pesquisa e a extensão.
E aqui foi dito que a Universidade do Rio Grande do Sul, como as demais
universidades federais, são aquelas instituições que mais produzem pesquisa no
nosso País. Possuem os mais diversos tipos de projetos de extensão. Podemos,
sem sombra de dúvida, dizer que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul é a
grande usina propulsora de idéias e tecnologia.
No ano passado, tive a grata felicidade
de ser indicado pelos meus colegas professores da Faculdade de Educação Física
da UFGRS - que neste ano está fazendo 70 anos, que estamos aqui comemorando -,
mas cada faculdade, cada curso, indicava uma personalidade e, para grata
satisfação deste Vereador, fui indicado pelo Curso de Educação Física, e nós
tínhamos de fazer um breve relato sobre a importância da UFGRS na construção da
vida. E eu escrevi isto para a Universidade (Lê.): “A Universidade Federal do
Rio Grande do Sul foi decisiva para minha formação profissional. Oriundo de uma
família sem recursos financeiros, não teria condições de freqüentar uma universidade
privada. A excelência do curso e a qualidade dos profissionais, permitiram que
eu tivesse uma ascensão profissional. Após trinta anos de graduado, ao voltar
minha mente ao passado, penso que, se não fosse a possibilidade de estudar em
uma universidade pública gratuita, a minha vida teria sido totalmente
diferente, talvez não tivesse a oportunidade de concluir um curso superior.
A sigla UFRGS é mágica, nos diferencia,
isso sem menosprezar as outras universidades, mas sabemos que não podemos
esconder o alto grau de dificuldade que é entrar para uma universidade pública,
pois a concorrência é elevada. Formei-me numa época em que, ao concluir um
curso superior, tínhamos a garantia de emprego, e vejo que os meus colegas,
quase que em sua totalidade, seguiram a profissão e inúmeros ocuparam e ocupam
cargos de destaque na vida acadêmica, política e empresarial, o que prova a
importância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em nossas vidas”.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vencida a lista de
oradores que, em nome da Casa, prestaram homenagens à Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, gostaria de registrar o telegrama da Secretaria de Obras
Públicas do Rio Grande do Sul, de felicitações à Universidade, bem como também
o telegrama da Secretaria da Ciência e Tecnologia.
O Sr. Cláudio Scherer está com a palavra.
O
SR. CLÁUDIO SCHERER: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Eu tenho certeza de que a UFRGS seria melhor representada neste
microfone se a nossa Magnífica Reitora não tivesse tido a necessidade de se
afastar, mas farei o possível para dar o recado em nome da nossa Universidade.
Em primeiro lugar, quero agradecer, em
nome da UFRGS, por esta homenagem; um agradecimento especial ao Ver. Raul
Carrion e a todos os Vereadores desta Casa que aprovaram esta homenagem e que a
tornam, por isso, realmente significativa.
A UFRGS está efetivamente completando 70
anos de existência como universidade, mas as raízes da UFRGS existem há muito
mais tempo. Nos últimos anos do século XIX, foram criadas a Faculdade de
Farmácia, como primeira faculdade da Cidade de Porto Alegre, depois as
Faculdades da Escola de Engenharia, Faculdade de Direito, Faculdade de Medicina
e, no início do século XX, outras como a Faculdade de Agronomia e Veterinária,
hoje, desdobradas em duas. E, finalmente, em 1934, portanto, há 70 anos
exatamente, essas Faculdades, anteriormente criadas, foram reunidas numa
Universidade denominada então, Universidade de Porto Alegre, que teve um
crescimento gradativo. Na década de 50, ela foi federalizada, passou a se
chamar Universidade do Rio Grande do Sul e, finalmente, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul.
O final da década de 50 e a década de 60,
apresentaram, o que eu poderia chamar de novos rumos para a Universidade. Até
então uma instituição de ensino que procurava oferecer ensino de qualidade,
atendendo às demandas da Cidade e do Estado do Rio Grande do Sul, mas, nessa
época, no início da década de 60, passou a envidar um grande esforço no sentido
de se tornar uma universidade, na mais ampla acepção da palavra, que é a
universidade produtora do saber. Um grande investimento em pesquisa, que foi
alavancado por um grande esforço em cursos de pós-graduação stricto sensu, mestrado, doutorado, uma
tendência que ocorreu no País inteiro, realmente trouxe consigo um grande
desenvolvimento da pesquisa científica, e eu diria, hoje, com muito sucesso,
com muito sucesso.
A UFRGS produz ciência não apenas em
amplidão de temas e em quantidades de trabalhos publicados, mas, especialmente,
em qualidade dos resultados da pesquisa científica que são notáveis. E eu
gostaria de mencionar apenas alguns exemplos para ficarem evidenciados: a minha
unidade, o Instituto de Física, produziu na área de Física Nuclear trabalhos
especialmente liderados pelo emérito Professor Maris, que têm amplo
reconhecimento internacional e chegou a ser, numa certa época, o trabalho mais
citado entre todos os trabalhos científicos de todas as áreas, citado no mundo
inteiro entre os trabalhos com origem nos países de Terceiro Mundo, América
Latina, África.
Nós temos, por exemplo, os trabalhos
realizados pelo grupo do Professor Ivan Izquierdo, da Bioquímica, o Estudo da
Memória, também de amplíssimo reconhecimento internacional, inclusive com
efeitos na produção de fármacos, na área da memória. Os trabalhos do Professor
Salzano, na Genética; o Professor Salzano que é hoje, talvez o único
brasileiro, membro da Academia Americana de Ciências.
Nós temos, na nossa Faculdade de
Agronomia, a produção de novas sementes que tem ajudado no desenvolvimento da
produção de grãos não só do nosso Estado, do nosso País, mas dos vizinhos
países, Uruguai e Argentina, que estão usando as variedades de sementes
produzidas pela nossa Faculdade de Agronomia.
Voltando a mais um exemplo do meu
Instituto de Física, gostaria de citar os trabalhos do grupo do Professor Mário
Baibich sobre magnetorresistência gigante, que hoje é amplamente usado na
produção de memórias para computadores. Assim, no desenvolvimento da ciência,
no desenvolvimento da tecnologia como conseqüência da ciência produzida, a
UFRGS orgulha-se do sucesso da sua pesquisa.
O ensino da UFRGS, eu digo com toda a
segurança, é um ensino de alta qualidade. Em recente pesquisa dos dados do MEC,
feito pela Universidade de Viçosa, sobre os resultados dos desempenhos dos
estudantes concluintes dos cursos de graduação no País, através do exame
realizado pelo MEC, o conhecido provão, a média dos exames feitos em todas as
Universidades brasileiras, a UFRGS ficou em primeiro lugar.
Então, é com orgulho que nós, ao receber
esta homenagem, gostaríamos de dizer que temos tentado – e acho que com sucesso
– fazer a nossa parte.
Mas, também não posso deixar de dizer que
temos feito a nossa parte enfrentando grandes dificuldades de recursos,
financeiros e humanos. Por quê? Porque, embora a universidade seja dita, na
Constituição de 88, autônoma administrativamente, com autonomia de gestão
financeira e patrimonial, com autonomia acadêmico-científica, a universidade
infelizmente não é autônoma. E não sendo autônoma, não pode fazer com
eficiência, com rapidez, as coisas que acharia como melhor procedimento. Não
pode! Existem leis, existem decretos que tolhem a autonomia da universidade,
algumas delas absurdas, como por exemplo a Lei que define como a universidade
deve consultar a comunidade universitária;
se quiser consultá-lo, para a formação da lista para escolha de Reitor, um
processo que estamos enfrentando, agora, dentro da Universidade. Um Decreto-Lei
determina como a universidade deve proceder para a escolha da lista, em vez de
respeitar a autonomia da universidade, que está definida na Constituição
brasileira.
Os professores da UFRGS têm-se aposentado
- como em todas as profissões -, mas a UFRGS, assim como as demais
universidades públicas brasileiras, especialmente as federais, não tem podido
substituir os professores aposentados realizando concursos para absorver os
novos docentes que estão aí sendo formados em grande qualidade e quantidade nos
cursos de pós-graduação. O Governo não permite que a universidade faça concurso
para substituir os seus docentes, numa violação flagrante à autonomia da
universidade. Nós tínhamos, na década de 80, 2.500 professores; hoje nós temos
2 mil cento e poucos professores, simplesmente porque não nos é permitido repor
os professores que se aposentam. Por quê? É difícil dizer por que. Mas eu acho
que a ânsia dos Governos – e não estou falando deste Governo em particular, estou
falando dos Governos das duas últimas décadas – é apenas resolver os problemas
imediatos da Nação, sem preocupar-se com o futuro da Nação, que não tem a
possibilidade de um futuro de desenvolvimento verdadeiro se não houver apoio à
educação, à pesquisa científica, e, portanto, à Universidade.
Poderia citar um sem-número de países de
outros continentes que resolveram investir maciçamente em educação e em
pesquisa científica e que se desenvolveram exemplarmente; e nós continuamos a
tentar resolver apenas os problemas de hoje, com isso tornando os problemas
cada vez mais graves em conseqüência da nossa permanência no estado de
subdesenvolvimento.
Saí fora das linhas que tinha escrito
aqui, porque esse tipo de assunto me empolga pela sua importância, mas quero
voltar ao tema principal, que é a minha função aqui, de agradecer esta
homenagem, que tem grande significância e grande importância para nós,
batalhadores da Universidade, porque se não há, de parte dos Governos, o
reconhecimento apropriado à importância que a Universidade tem, a Câmara de
Vereadores, neste ato, mostra o reconhecimento a essa importância, isso nos
serve de alento, isso nos dá um novo impulso para o nosso trabalho na luta pela
continuação desse desenvolvimento a que nós nos propomos.
A UFRGS tem cumprido a sua parte, também,
no aumento do número de cursos, de abrangências, com o aumento do número de
vagas. Com a conseqüente diminuição do número de professores, os senhores podem
imaginar que a quantidade de trabalho que cada um – professores e funcionários
– vem realizando aumenta, porque também diminui o número de servidores, mas
aumenta a quantidade de trabalho.
Então, nós estamos cumprindo a nossa
parte, e nós esperamos que o Governo - o Governo e os Governos, volto a
insistir, não estou falando de um particular Governo, mas de uma tendência que
tem havido, de uma visão que é muito imediatista, há muito tempo... Esperamos
que essa visão se volte mais para uma visão do futuro, da necessidade de o País
se desenvolver através da pesquisa científica, tecnológica, e da formação de
profissionais cada vez mais capacitados.
Volto a agradecer em nome da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul esta homenagem que nos emociona e nos entusiasma.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós estamos nos
encaminhando para o encerramento desta homenagem, homenagem em que a Casa se
orgulha por ter aqui, Ver. Raul Carrion, proponente desta homenagem, a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Gostaria de dizer que grande parte
aqui dos presentes, da Casa, passaram pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, nos seus diferentes ramos técnico-científicos.
A
Universidade, o saber, a escola, enfim, são questões transcendentais à vida e
ao desenvolvimento de um país; um país que não tem a sua Universidade, aqui
sinalizada - e magnificamente - pelo Professor Decano Cláudio Scherer, como uma
Universidade autônoma. O saber precisa da mais absoluta e universal liberdade
para exatamente realizar e colimar os seus fins.
Então, é um grande ato este que nós,
hoje, aqui, estamos vivenciando; poder a Casa, Deputada Jussara Cony,
homenagear esse verdadeiro símbolo do saber, da cultura, da ciência do Estado
do Rio Grande do Sul, que é a nossa Universidade Federal, que tem o seu tripé
fundamental na figura do corpo docente, do corpo discente e do corpo
administrativo, sem o que não se faz uma universidade.
Eu tive a oportunidade de estudar na
Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que, não tenho
dúvidas, há algumas décadas reúne os melhores mestres do saber nacional. Aqui
no Rio Grande do Sul, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul reúne, não
apenas hoje, mas historicamente, o grande pensamento e a sabedoria intelectual
do Brasil.
Portanto, neste momento em que estamos
encerrando esta homenagem, meu ex-Professor Macarth, nós queremos dizer, mais
uma vez, que quando falaram os Vereadores, não foram eles que falaram: foi a
cidade de Porto Alegre, e foi o povo de Porto Alegre, aqui representado por
todos os matizes ideológicos. Esses é que querem agradecer à Universidade por
tudo o que ela é e por tudo o que ela representa para nós, para o nosso Estado
e, de resto, para o País.
Portanto, encerrando este ato solene,
marcante para a história da Câmara Municipal de Porto Alegre, quando temos a
oportunidade de saudar os 70 anos da Universidade, queremos desejar aos
professores, aos alunos, aos funcionários e funcionárias, muitas felicidades,
desejar muito êxito, e que a Universidade continue nessa sua caminhada,
formando gerações e realizando o futuro do nosso Estado e, de resto, do nosso
País.
Portanto, ao cumprimentar, mais uma vez,
as autoridades aqui presentes, peço que também se considerem integrantes da
Mesa: o representante do DCE da UFRGS, o Ramaís, e a representante da
Associação dos Servidores da UFRGS, a Vânia; bem como, também, aqui, os
professores, professoras e Pró-Reitores presentes. Então, todos, sintam-se
homenageados.
Suspendemos a presente Sessão, por dois
minutos, para que possamos cumprimentar e abraçar aos nossos professores e
autoridades presentes. Obrigado.
(Suspendem-se os trabalhos à 15h17min.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 15h24min): Estão reabertos
os trabalhos.
O Ver. Beto Moesch está com a palavra em
Comunicações.
O
SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero aproveitar o período de Comunicações
para, num primeiro momento, falar de um evento muito interessante, muito
original, que a Aclame - Associação da Classe Média em Defesa dos Interesses do
Rio Grande do Sul - promoverá, no dia 25 de maio, para o Dia da Liberdade de
Impostos. Porque, segundo estudos, até o dia 25 de maio, tudo o que nós
ganhamos com o fruto do nosso trabalho, acabará indo para o Poder Público por
meio de impostos.
E esse Movimento mostra, justamente, em
parceria com várias outras instituições, como o Poder Público tem aumentado os
impostos em nível federal, estadual e municipal, mas não tem conseguido dar, em
contrapartida aos impostos recebidos, a devida prestação de serviços. É, sem
sombra de dúvida, o País emergente que mais cobra impostos no mundo.
E esse Movimento faz com que nós
reflitamos sobre isso, para exigirmos alterações profundas no sistema
tributário brasileiro. Lamentavelmente, houve uma reforma, entre aspas, no ano
passado, que, na realidade, foi mais um atropelo tributário do que uma reforma
tributária. Prometeu-se que não haveria, em nenhum momento, aumento de
tributação. Mas houve, sim, o aumento da tributação; aumento esse já confirmado
por todos os economistas e, mais ainda, pelo nosso próprio bolso. Então, no dia
25 de maio, haverá essa manifestação, que é o Dia de Liberdade de Impostos. Se
há os impostos, que, ao menos, haja a contraprestação de serviços por parte do
Poder Público.
Hoje de manhã, nós estivemos numa das regiões mais carentes
da cidade de Porto Alegre, nas Vilas Cefer 1 e 2, e é impressionante como ali -
e em diversos outros bairros, regiões e vilas da Cidade - nós constatamos
praças gravadas, mas que não são praças. A comunidade busca esses espaços
públicos, porque sabe da sua importância para seu entretenimento, para sua
qualidade de vida e até para sua segurança, porque, no momento em que há
pessoas usando aqueles espaços públicos, isso revitaliza o respectivo local, a
respectiva região - mas são áreas gravadas e nada mais.
Inauguramos duas - inauguramos com
relação a colocar nome -, que não existiam, estavam apenas gravadas. Eram nada
mais do que nesgas de áreas de terra sem absolutamente nada, e que constam, nos
registros oficiais de Porto Alegre, como se fossem praças, mas, na realidade,
não são. Teoricamente, são praças; na prática, não são; há casas em cima, sem
absolutamente nada para oferecer como praça. E, lamentavelmente, não é uma
realidade só de lá, das Vilas Cefer 1 e 2, mas de inúmeros bairros e regiões da
cidade de Porto Alegre. Aliás, muitos bairros sequer praças gravadas têm, e é
impressionante como a comunidade vê como prioritário a revitalização de praças,
e praças com urbanização para o entretenimento. É impressionante! As pessoas
queriam justamente isso: bancos, canchas de futebol, brinquedos para as
crianças poderem justamente brincar; os jovens, praticar o esporte e uma
arborização para que o microclima daquela região ficasse melhor. Mas não é o
que ocorre, lamentavelmente.
Por isso fiz este gancho do Dia da
Liberdade de Impostos, que a Aclame está promovendo, com o que está acontecendo
aqui, porque a comunidade está pagando os impostos, mas não tem a
contraprestação, infelizmente, do Poder Público.
O
Sr. Pedro Américo Leal: V. Excelência é um urbanista por
excelência, e fico muito satisfeito porque V. Exª está tocando em algo que eu -
como livre atirador, um mero e conseqüente contemplador das coisas, em termos
de urbanização - vejo assim, as praças são a alma da Cidade. O que seria de uma
cidade sem praças?! Ali está a vida! Ali vêm ter as crianças, as criadas para
conduzir as crianças nos balanços! A praça é a alma da Cidade! Vossa Excelência
tem inteira razão. V. Excelência, agora, creditou-se a um urbanista
sentimental! E há aquela canção: “Sentimental eu sou”.
O
SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Pedro Américo Leal.
Concluo, Vereador-Presidente Elói Guimarães, dizendo justamente isso: essas
regiões, essas áreas, esses equipamentos públicos, que deveriam ser praças, no
momento em que são abandonados, não só deixam de ofertar a qualidade de vida,
como acabam ofertando lixo, doenças, porque são abandonados e comprometem as
pessoas daquela respectiva região. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença do
ex-Vereador Leão de Medeiros, Presidente do Diretório Metropolitano do PTB.
O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Cassiá Carpes está com a
palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra em Comunicações.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Cidade hoje acordou abalada; mais um escândalo do “grupo dos trapalhões” que
ocupa o Palácio do Planalto e adjacências. Houve um rombo de dois bilhões de
reais no Ministério da Saúde, onde foram presas 14 pessoas, sendo que 06 delas
de nomeação direta do Sr. Ministro e uma delas, Chefe do Controle Geral do
Ministério, trabalhando no Gabinete do Sr. Ministro. É mais um episódio do tipo
Waldomiro Diniz que ocorre neste Governo, fazendo com que o Presidente Lula
chamasse, às pressas, o Sr. Ministro, que estava na Europa, num conclave da
Organização Mundial da Saúde, para que, rapidamente, retornasse para contornar
mais uma crise de imensa gravidade, pois se trata de recursos da área da Saúde,
na qual hemoderivados eram negociados com um prejuízo imenso para o Ministério
da Saúde.
Nós, do Grupo Hospitalar Conceição, que
vivemos um momento de grande contração financeira, um momento de grande
enxugamento do Grupo, inclusive nos desfazendo de estruturas e passando para
outras esferas, para que o Governo Federal se livre daquilo que foi, muitas
vezes, custosamente construído; hoje nós vemos que é infrutífero esse esforço.
Roubar, furtar, apropriar-se através de
peculato, de estelionato são ações em que alguém sempre sai perdendo. Se o rico
perder em espécie – é contra a lei, claro que é -, mas se o pobre perder em
espécie, ter o seu sistema de saúde lesado – isso deveria ser crime hediondo,
crime de lesa-pátria, porque não se pode desviar de uma área tão delicada, de
uma área tão sofrida, tão dolorida, a quantidade insuportável de dois bilhões
de reais em negociatas feitas por pessoas que são reincidentes e que, mesmo tendo
sido condenadas por prática exatamente igual em Governos anteriores, foram
nomeadas pelo atual Ministro. E o Brasil inteiro, hoje, envergonha-se por ter
de conviver com mais esta notícia insuportável para aqueles que trabalham na
área Social, que dão todo seu esforço, e vêem seus esforços baldados por perdas
insuportáveis, por perdas que, sob qualquer título, o povo brasileiro não
merece.
Esse impacto matinal de todos nós, ao
recebermos essa notícia, faz com que, às vezes, nos sintamos até ridículos ao
reclamar providências, quando esse absurdo, essa barbaridade, essa
desonestidade com a nossa população, nós achemos que outras mentiras passem
voando - como a aposentadoria da dona-de-casa - e fique essa tragédia, essa
desgraça para a área da Saúde que, clamorosamente, lamentavelmente, vamos ter
de enfrentar, e sabemos que não há volta, não há solução, não há retorno, não
há resgate dessa perda de toda a sociedade brasileira, mas, especialmente, os
de baixa, de pouca ou de nenhuma renda; estes não podiam sofrer dessa maneira.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Pedro Américo
Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Excelentíssimo Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, a Cidade comenta e cochicha dolorosamente o acontecido em Santa
Rosa. Propositadamente deixei que se passassem dias e viessem notícias para
comentar esse incidente e esse acidente que houve com o Promotor, o Marcelo
Küfner, e teve como protagonista incisivo e maldoso esse soldado da BM que é o
Heitor José Ávila. Quem foi ele? Eu que montei o Serviço de Assistência
Psicológica dentro da Brigada Militar e dentro da Polícia Civil do Rio Grande
do Sul, posso avaliar o que tenha havido. Na verdade, esse homem procedeu com
agressividade intempestiva quando advertido pelo Promotor, que havia chegado há
dez dias, se tanto, à cidade de Santa Rosa. O Promotor nem era conhecido pelas
autoridades de segundo e terceiro escalão, muito menos pelo soldado que chegara
há um mês, estava em trânsito. Em trânsito quer dizer, quando militar, está-se
deslocando para um lugar, acomodando sua família. Se deu numa intempestividade
muito grande. E por que, hão de perguntar. Por quê? Porque existem liminares
que o Judiciário emite em favor daqueles que prestam exame na Brigada Militar e
na Polícia Civil. Montei os dois serviços de recepção e de acompanhamento, e
que hoje definham. Só temos dois psicólogos na Brigada Militar e não sei
quantos há na Polícia Civil. Eles não assistem e nem acompanham aos profissionais
da Polícia Militar e da Polícia Civil. São liminares emitidas por psicólogos
que não conhecem, o que se dá dentro da corporação. Não medem os traços
psicológicos que se exigem para a função de brigadiano e de agente da Polícia
Civil. É preciso que se cuide disso! São liminares emitidas por psicólogos,
dentro de gabinetes, e resolvem pegar a ficha e despachar uma petição oriunda
da área Judiciária que vem beneficiar ao que pede, mas não à corporação que o
recebe.
O que se exige, o que é que se pede a um
brigadiano e a um policial civil? É claro que se pedem traços inconfundíveis.
Deve-se ter agressividade, mas não se deve ter uma agressividade desmedida. Há
controle emocional? Sim. O policial civil e o militar têm de ter um controle
emocional face a um fato inesperado? Claro que tem de ter! Como se pode colocar
um homem que lide com a sociedade e com o público na Rua da Praia, num pelotão
especial ou não, para receber admoestações, piadas e cusparadas na cara,
indevidas, mas que ninguém vê? E o homem tem que receber e administrar a ofensa
que recebe. É muito difícil chegar à conclusão do que é ser um bom brigadiano.
Um ano e um mês se exige para a formação de um soldado da Brigada Militar. E
não fica por menos o que se exige de um policial civil.
Hão de pensar: “Um policial civil, um
brigadiano, é coisa simples: preparação de dois meses, três meses”. Não!
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Para concluir, nobre
Vereador.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Agradeço e encaminho ao meu término.
Diante dessas liminares, que são quase cem, o Cel. Pafiadache, foi meu aluno,
com muita honra, é hoje Comandante da Brigada Militar, respondeu às observações
que estavam sendo feitas sobre o soldado da Brigada Militar. Ele disse: “Mas
como? Este homem eu fui obrigado a incorporar!” Sim, ele foi obrigado a
incorporar. Por uma Liminar! Mas não devia ter sido incorporado. E como ele,
cem brigadianos! E não sei quantos policiais civis estão aí às ruas,
despreparados, emocionalmente despreparados, psicologicamente despreparados para
responder às funções de que têm de se desincumbir. Muito obrigado, senhores.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo a Licença para
Tratamento de Saúde do Ver. Isaac Ainhorn.
O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Clênia Maranhão.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
e Srs. Vereadores. Na semana passada, eu dizia nesta tribuna que o
Congresso Nacional decretava a sua autofalência quando foi discutir a
regulamentação do número de Vereadores, porque o Tribunal Superior Eleitoral
havia feito uma regulamentação, e nesse momento eu dizia que eles a tinham de
ter feito há 15 anos atrás. Mas como o Tribunal Superior Eleitoral se
manifestou, até comissões nos Estados foram encaminhadas para ouvir os
Vereadores.
Mas, ontem, de novo, sedimentaram a sua
autofalência, quando o Presidente da Câmara chegou a pedir ao padre Cícero que
aparecessem votos para permitir a reeleição. E reeleição, Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, do pior brasileiro vivo, o Sr. José Ribamar de
Araújo Costa, conhecido por José Sarney, o homem que deixou a Presidência deste
País com uma inflação de apenas, apenas, 85% ao mês, que se elegeu Presidente
do Senado já manobrando, como fez quando assumiu a Presidência da República de
forma indevida. Todos que têm um pouco de bom-senso sabem que foi indevida,
dizendo que ele queria quatro anos somente, e a primeira medida dele foi
providenciar para que o Congresso mudasse de quatro para cinco anos. Agora, ele
quer ser reeleito Presidente do Senado, para continuar manobrando neste País.
Portanto, o Congresso Nacional está decretando a sua autofalência diariamente.
Ainda bem que não votaram ontem, em segundo turno, e provavelmente não votem
hoje, a Emenda que altera o número de Vereadores nas Câmaras Municipais de todo
o País.
Mas eu também, na semana, falei do valor
imenso que circula em reais nesta Cidade para atendimento médico da população e
que esta é muito mal-atendida. Falei do tempo que leva para conseguir uma
consulta especializada, mas deixei de falar, porque às vezes o tempo não é
suficiente – cinco minutos -, daqueles serviços médicos da Prefeitura
Municipal, que têm médicos e pessoal de Saúde pagos pelo Estado e pela União,
que, casualmente hoje, durante duas horas, pararam as suas atividades para
chamar atenção dos responsáveis pela Saúde, porque a coisa não anda bem, não
vai bem. Mas quando eu afirmo aqui que, no ano passado, o SUS encaminhou para
Porto Alegre 427 milhões de reais, eu não invento. Eu tenho paciência, eu mando
ver, e aqui está o seguinte: é dirigido ao Município de Porto Alegre? É. A
população de Porto Alegre é de 1.383.454 habitantes? É. O nome da entidade é
Prefeitura Municipal de Porto Alegre? É. Então, eu vejo aqui que, no mês de
janeiro de 2004, apenas em um setor, na área que fala sobre Gestão Plena do
Sistema Municipal de Saúde, entraram três valores, três ordens bancárias: uma,
de 29 milhões e 700 mil reais; outra, de 4 milhões e 150 mil reais; outra, de 2
milhões e 150 mil reais; totalizou um pouco mais de 36 milhões de reais. Isso
foi colocado na Execução Orçamentária, no balancete do mês de janeiro. Em
fevereiro, entraram 29 milhões de reais, mais 160 mil reais, e mais 80 mil
reais. Já entraram só 16 milhões de reais no Balancete da Prefeitura. Onde está
o resto? Não sei. Agora, no mês de março entrou, só tenho o registro da
primeira parcela, 30 milhões de reais. Quero ver o que vai aparecer no
Balancete deste mês da Prefeitura Municipal. Portanto, a Saúde segue sendo
mal-atendida, e circulando para a Saúde, em Porto Alegre, mais de um bilhão e
meio de reais, e esse número não pode ser contestado, porque, como eu disse, eu
não invento números, eu apenas leio; assinado pelo Prefeito, pelo Secretário da
Fazenda e, neste caso, pelo Ministério da Saúde. Saúde e PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu registro a presença
do jornalista Kenny Braga e do Coronel Neme, Chefe da Casa Militar do Governo
Brizola, no Rio Grande do Sul.
Passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª
SESSÃO
PROC. N.º 2444/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 107/04, de autoria do Ver.
Carlos Alberto Garcia, que oficializa como evento do Município a promoção “Copa
Brasil e Sul-Americano de Aeróbica/Fitness”.
PROC. N.º 2445/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 108/04, de autoria do Ver.
Carlos Alberto Garcia, que oficializa como evento do Município a Copa Escolar
Brandão de Ginástica Rítmica.
PROC. N.º 2457/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 073/04, de autoria dos
Vereadores Dr. Goulart e João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de
Esportista Exemplar ao Senhor Pedro Paulo Sampaio.
PROC. N.º 2458/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 074/04, de autoria dos Vereadores
Dr. Goulart e João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Honra ao
Mérito Atlético ao Senhor Manoel Vilson Deorriste.
PROC. N.º 2459/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 075/04, de autoria dos
Vereadores Dr. Goulart e João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de
Líder Esportivo ao Senhor Jaime Antônio Flores.
PROC. N.º 2460/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 076/04, de autoria do Ver.
Raul Carrion, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor
Delmar Azevedo dos Santos.
PROC. N.º 2485/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 109/04, de autoria do Ver.
João Carlos Nedel, que denomina Rua Antero Simões um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC. N.º 2502/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 111/04, de autoria do Ver.
João Carlos Nedel, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre
ao Senhor Cláudio Ness Mauch.
2.ª
SESSÃO
PROC. N.º 2080/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 066/04, de autoria do Ver.
Dr. Goulart, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao Complexo Hospitalar Santa
Casa.
PROC. N.º 2149/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 088/04, de autoria do Ver.
Raul Carrion, que denomina Praça Arquiteto Demétrio Ribeiro um logradouro
público não-cadastrado, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.
PROC. N.º 2312/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 104/04, de autoria da
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação – CUTHAB, que regulariza os
serviços de transporte individual de passageiros por táxi em face do disposto
na Lei Estadual n.º 9.641, de 26 de março de 1992, e dá outras providências.
PROC. N.º 2370/04 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 014/04, que autoriza a
desafetação e a permuta de próprios municipais localizados na Av. Assis Brasil
3350, lote 1, da quadra “D” e lote 6 da quadra “B” por terreno particular sito
na Rua Frederico Mentz 813, incluído no programa Integrado Entrada da Cidade e
dá outras providências.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto
Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, que saudades eu tenho da Câmara de 21
Vereadores quando até a Sessão Solene tinha de ter quórum, senão não se
realizava. Mas quero falar na Pauta, porque irreverentes já chegaram ao
plenário, não há problema nenhum, continuarei falando.
Sr. Presidente, hoje nós temos oito Projetos em 1ª Sessão de Pauta: oficializando o evento Copa Brasil e Sul-Americano de Aeróbica Fitness; outro evento, no Município, a Copa Escolar Brandão de Ginástica Rítmica; um título de Esportista Exemplar; um de Mérito Atlético; um de Líder Esportivo; um de Líder Comunitário; denominação de logradouro e título de Cidadão. Também há na Pauta um Projeto de Lei, da CUTHAB, que altera a Lei nº 3.790, de setembro de 1973.
É importante, sem dúvida nenhuma, a
preocupação da CUTHAB com aquelas pessoas que tinham táxi, em Viamão, e
passaram a ter táxi em Porto Alegre. Temos de acertar essa solução, mas não
assim sem detalhes maiores de quantos vieram, por que foram, não por essa ou
por aquela razão; não são mais taxistas de Viamão, passaram a ser de Porto
Alegre. Eu gostaria que, de repente, eu pudesse, na Pauta, apresentar
proposições, eu até diria para Secretaria Municipal de Transportes como fazer
faixas de segurança em melhores condições, para durar muito mais tempo e
atender aos objetivos aos quais são propostos, e não todos os meses de janeiro,
fevereiro e março solicitar às escolas que novas faixas sejam feitas.
Mas voltemos à Lei nº 3.790.
O
Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Rapidamente, gostaria de dizer que este tema e este Projeto da
CUTHAB foram fruto de uma reunião com os órgãos da EPTC, com os próprios
motoristas e os representantes. Então, não foi algo feito sem pensar, sem
estudo, mas foi resultado de uma reunião na CUTHAB, presidida pelo Ver. Renato
Guimarães, com todos os Vereadores. Então, creio que é um assunto interessante,
mas a Pauta permitirá o debate do assunto.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador, eu agradeço pelo aparte
elucidativo de V. Exª, mas que me deixa muito triste. Eu sou um homem que gosta
muito da Secretaria Municipal de Transportes. E, se V. Exª me diz que este
Projeto saiu com a anuência da Secretaria de Transportes, então eu vou ter de
colocar em dúvida a competência que eu achei que eles tivessem. De qualquer
forma, a CUTHAB, por exemplo, deveria analisar o decreto elaborado pela douta
EPTC/SMT, que altera a legislação existente, excede a legislação existente.
Isso precisaria ser examinado na CUTHAB, e não foi. A CUTHAB não viu que, na
Lei nº 8.315/99, diz que: “A transferência ou o arrendamento de um táxi deve
ser feito na presença do Sindicato”. A douta EPTC/SMT diz que é: “com a
anuência...”. Mas o que é isso? Onde é que se ouviu falar que o Sindicato está
acima da Secretaria Municipal dos Transportes e da lei. Anuência, não é
presença, é anuência.
O mesmo decreto fala em procuração. A
procuração que o cidadão recebe deve passar pelo Sindicato. Ora, eu com a
procuração do Ver. Pedro Américo Leal - se assim for definido -, vou ali no
banco, retiro o dinheiro da conta dele. Agora, lá na SMT, eu tenho de perguntar
para o Sindicato dos Taxistas se realmente vale a procuração.
Eu acho que essas coisas deveriam ser
cuidadas, e quando se quiser trazer motorista de táxi e taxistas de fora de
Porto Alegre, que se fixe pelo menos o número, e não apenas se faça mais um
projeto, dizendo: “eles vão ser”. Não, não vão! Eu acho que a Secretaria
Municipal dos Transportes não estava muito atenta, estava distraída e deixou
passar essa enormidade. Saúde e PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Guilherme
Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente da Sessão, Ver. Elói
Guimarães, colegas Vereadores, Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham.
Venho a este espaço de discussão preliminar de Pauta para discutir e chamar a
atenção dos colegas Vereadores para um Projeto muito importante, de origem no
Executivo Municipal, que pretende que a Câmara autorize a desafetação e a
permuta de próprios municipais localizados na Avenida Assis Brasil, nº 3.350,
lote 1, da quadra “D” e lote 6 da quadra “B” por terreno particular situado na
Rua Frederico Mentz, nº 813, incluído no Programa Integrado Entrada da Cidade e
dá outras providências.
Os colegas Vereadores conhecem, por ter
sido já muito divulgado, o Programa que a Prefeitura está implementando no
bairro Humaitá, chamado, Ver. Pedro Américo Leal, de Programa Integrado Entrada
da Cidade, que tem como centro do Programa a construção de mais de três mil
moradias populares, além de alargamento de algumas vias, abertura de outras,
prolongamentos de outras tantas, estabelecimento de urbanização em muitas
praças, enfim, uma urbanização completa daquela região da Cidade, modificando,
completamente, a vida das pessoas e a urbanização dessa região. São 55 milhões
de dólares já firmados em financiamento, autorizado por esta Casa, com o
Fonplata, que permitirá, portanto, uma requalificação importante daquela região
para a Cidade.
Muito bem, numa das etapas desse
trabalho, pretende-se construir moradias para a Vila dos Papeleiros, que,
inclusive, recentemente passou por um evento muito triste: houve um incêndio
que praticamente consumiu todas as moradias da Vila dos Papeleiros, o que
apressou a necessidade da construção dessas casas. Pois bem, para que aquelas
casas fossem construídas, uma área seria necessária para se construir um local
de passagem, um local provisório para essas pessoas ficarem, e depois a
Prefeitura começar a construir as casas definitivas, Ver. Pedro Américo Leal.
Muito bem, para isso, para a construção
desse local provisório para colocar as pessoas da Vila dos Papeleiros é que a
Prefeitura encaminha a esta Casa esse Projeto, fazendo a troca de dois terrenos
públicos de propriedade da Prefeitura na Av. Assis Brasil por um terreno
particular na Rua Frederico Mentz, na região do Programa Integrado Entrada da
Cidade. Os terrenos da Prefeitura estão avaliados - está no Projeto, bem
detalhadamente - em um milhão, 604 mil e 380 reais, e o terreno particular, consideradas
as benfeitorias, no total de R$ um milhão, 124 reais e 57 centavos. Essa
diferença, portanto, a favor do Município, será paga em 12 parcelas reajustadas
pelo IGP.
Então, é um Projeto importante; eu acho
que está bem informado aos Srs. Vereadores, e eu acredito até, Ver. João Dib,
que nós poderíamos pensar em apressar essa matéria, porque ela tem uma função
importantíssima que vai permitir que a Prefeitura execute, que dê seqüência a
esse Projeto importante da Entrada da Cidade.
O
Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Vereador Guilherme Barbosa, eu examinei esse Processo e
concordo plenamente com V. Exª, se tiver de ser votada a urgência, conte com o
voto da nossa Bancada. Mas uma coisa eu não fiquei sabendo: ele está
desafetando... Não sei qual era a destinação da área do Município, mas também
não tem problema. E a segunda: é que há uma informação sobre o prolongamento da
Cel. Bordini, que eu, até agora, não entendi.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Essa informação eu não consegui
localizar... (Pausa.) No processo inteiro? Bom, esse eu não li, mas eu acho
que, aqui, no Projeto de Lei, propriamente dito, não está colocado; portanto,
não será motivo de deliberação do Plenário. A sua informação é importante, pois
V. Exª é um Vereador atento que examina detalhadamente os Processos. Eu vejo
que o nosso Líder, Ver. Pestana, poderia pensar em apressar este Projeto pela
importância que ele tem. E pediria, também, Ver. Braz, que me escuta
atentamente, que pudéssemos apressá-lo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela
Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Raul Carrion
está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães,
demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem no dia de hoje, temos
dois Projetos em Pauta sobre os quais gostaríamos de tratar, além de um
terceiro, da CUTHAB, se for possível.
O primeiro deles é o Projeto que denomina
um logradouro público do nosso Município de Arquiteto Demétrio Ribeiro. Este
Projeto busca homenagear uma figura ímpar desta Cidade, um grande urbanista, um
grande arquiteto, e o logradouro é a chamada Praça 1003, localizada no bairro
Coronel Aparício Borges, entre a Av. Coronel Aparício Borges e a Rua Bernardo
Guimarães.
Demétrio Ribeiro é porto-alegrense, filho
de Basileu Ribeiro e Madeleine Thomás Tailiade Ribeiro. É neto do Republicano
Demétrio Nunes Ribeiro, que dá o nome a uma rua aqui no Centro da nossa Cidade.
Ele nasceu em 1916 e faleceu no ano passado, aos 87 anos. Era diplomado pela
Faculdade de Arquitetura de Montevidéu, em 1943, tendo-se casado em segundas
núpcias com Enilda Ribeiro. Foi professor da Faculdade de Arquitetura da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que acabamos de homenagear na tarde
de hoje; foi catedrático de Composições da Arquitetura, regente da cadeira de
Teoria e Prática dos Planos da Cidade; professor da cadeira de Evolução Urbana
e Composições da Arquitetura, e também um dos fundadores da própria Faculdade
de Arquitetura. Diversos projetos seus notabilizaram-se, entre eles os projetos
do Colégio Júlio de Castilhos, do Grupo Escolar Venezuela, do Fórum de Cachoeira
do Sul, do Instituto de Pesquisas Biológicas do Rio Grande do Sul, do plano
piloto para o Centro Esportivo da Av. Beira Rio, em Porto Alegre. Ele também
elaborou os planos diretores de diversas cidades como Uruguaiana, Lajeado,
Caxias do Sul, Passo Fundo, Gramado, Florianópolis e Criciúma, e ajudou em
Porto Alegre. Foi premiado em inúmeros concursos públicos e coordenou a
Comissão Nacional de Política Urbana do Instituto de Arquitetos do Brasil; foi
Presidente do IAB do Rio Grande do Sul; Presidente do Conselho Nacional do IAB,
de 77 a 79; membro vitalício do Conselho Superior do IAB; Vice-Presidente da
Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Também,
pelo seu trabalho, foi membro honorário da Associação Paraguaia de Arquitetos;
Presidente de Honra do 12º Congresso Brasileiro de Arquitetos; professor
emérito da UFRGS; obteve Medalha de Mérito, concedida pelo Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Demétrio Ribeiro, Coronel Leal, ingressou
no Partido Comunista do Brasil em 1945, e em 64, infelizmente, teve o seu
direito de cátedra da Faculdade de Arquitetura da UFRGS cassado pelo governo
militar. Com a anistia, em 79, voltou a lecionar - uma das paixões da sua vida
-, e foi, também na década de 50, ao lado de Carlos Scliar, Cyro Martins,
Fernando Guedes, Laci Osório, Vasco Prado, membro do Conselho de Redação da
revista Horizonte - dirigida pela grande poetisa comunista Lila Ripoll -, que
era um órgão teórico do Partido Comunista do Brasil e da própria intelectualidade
do Rio Grande do Sul. Demétrio Ribeiro também recebeu desta Casa, Ver. João
Antonio Dib, certamente com o seu voto, o Título Honorífico de Cidadão Emérito
da Cidade – e, aliás, essa foi uma proposição do Ver. Clovis Ilgenfritz.
Por tudo isso, tenho a certeza de que
Demétrio Ribeiro, que, aliás, também foi um dos fundadores, junto comigo, do
Centro de Estudos Marxistas, foi co-autor de diversos livros do Centro de
Estudos Marxistas, merece ser homenageado.
Felizmente o vasto currículo e a importância
de Demétrio Ribeiro me impediram de tratar do segundo projeto de minha
iniciativa, que é a homenagem ao líder comunitário Delmar Azevedo, escritor
também, mas teremos essa oportunidade nas próximas Sessões. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Renato
Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu também quero destacar, em primeira mão, o
debate sobre esse Projeto de Lei que, na realidade, autoriza uma permuta de
próprio municipal com outra área, no sentido de viabilizar a questão do projeto
provisório da casa de passagem para os moradores da Vila dos Papeleiros. Todos
aqui sabem que a Vila dos Papeleiros está dentro do Projeto Entrada da Cidade;
a urbanização, a condição de construção, o direito de morar daqueles cidadãos
da Cidade já estava garantido dentro do Projeto Entrada da Cidade. Há algum
tempo atrás tivemos a tragédia do incêndio que acabou, na realidade, com a
moradia provisória que aquelas pessoas tinham junto à área da Ferroviária, e
agora, com essa permuta, com essa troca de terrenos, vai-se viabilizar a
questão da casa de passagem, e posteriormente, estaremos dialogando no sentido
de termos o Projeto, aí sim, permanente para a Vila dos Papeleiros, resolvido
dentro do Projeto Entrada da Cidade. Destaco esse Projeto aqui para que a gente
possa dar a devida urgência, tanto no debate como na discussão.
Vou, e já tinha feito isso na Sessão
passada, Ver. João Dib, destacar novamente, aqui, a iniciativa da nossa
Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação da Casa, CUTHAB, de trazer ao
debate, neste Plenário, a discussão da regularização da prestação de serviço,
que se encontra, na realidade, há mais de 11 anos irregular, de 11 concessões,
11 permissões de trabalho de táxis na Lomba do Pinheiro, em três pontos fixos
da Lomba do Pinheiro.
Como tinha explicado na Sessão passada,
quando se fez, através de Processo Administrativo e de Lei Estadual, o
realinhamento das divisas de Viamão com Porto Alegre, Porto Alegre assumindo um
conjunto de comunidades na Região da Lomba do Pinheiro, o conjunto dos serviços
públicos, Verª Helena, foi, na realidade, passado para a cidade de Porto
Alegre, como escolas, serviços de saúde; esse conjunto de serviços foi passado
para a cidade de Porto Alegre.
O serviço de táxi, essa prestação de
serviço na área do transporte público, não foi readequado; ficou, durante 11
anos, em disputas administrativas para resolver essa situação. Depois de um
processo instaurado aqui na Câmara de Vereadores, a partir de uma reunião na
CUTHAB - nós estivemos na comunidade, nos reunimos com os taxistas e a
comunidade -, se historiou esse processo todo, se fez uma reunião, aqui, com a
presença da EPTC, e se tirou, a partir de uma consulta legal, que, se fosse
possível, a Câmara de Vereadores, através da CUTHAB, teria a iniciativa de
apresentar a proposta.
Então, é isso que nós trazemos ao Plenário, não é algo, Ver. João Dib, não é uma propositura aberta que cria novas placas; pelo contrário, é uma propositura que regulariza uma situação já existente dentro de Porto Alegre.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão
está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, dentre os inúmeros Projetos que estão tramitando
nesta Casa, eu queria me referir, especificamente, a dois Projetos. Um, é o
Projeto de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Praça Arquiteto Demétrio
Ribeiro, um logradouro público, homenageando um dos mais importantes
urbanistas, militantes políticos da história da nossa Cidade.
Essa homenagem é de um enorme
significado, porque uma parte de uma geração porto-alegrense que viveu a luta
pela liberdade, pela democracia, teve no Prof. Demétrio Ribeiro um exemplo, uma
inspiração e uma enorme referência. O Arquiteto e Urbanista Demétrio Ribeiro
Filho deu para a cidade de Porto Alegre uma enorme contribuição por intermédio
de seus projetos, que marcaram e que marcam, a configuração da cidade de Porto
Alegre, hoje. Por exemplo, o Colégio Júlio de Castilhos, o Instituto de
Pesquisas Biológicas da UFRGS, entre muitas outras obras da arquitetura
porto-alegrense.
Porém, Demétrio Ribeiro Filho não era
apenas um urbanista; ele era um idealista e, como idealista, procurava fazer
das suas idéias instrumentos de mudança para a construção de uma Porto Alegre
melhor e de um mundo melhor.
A sua militância lhe custou muito caro.
Ele foi penalizado por uma cassação, teve de se ausentar do País, teve de, por
motivos de perseguição política, ficar afastado da suas atividades de docência,
foi impedido de dedicar o seu talento de arquiteto para configurar novos
prédios de Porto Alegre. O seu espaço profissional, portanto, foi reduzido na
Capital do Estado, mas foi mantido por meio de outras prefeituras do Interior,
o que permite, inclusive, que muitos gaúchos e gaúchas do interior do Estado
possam conviver com as obras, com as construções, com os projetos que se
tornaram realidade por Demétrio Ribeiro.
Portanto, este Parlamento, fazendo
homenagem por meio de um logradouro a Demétrio Ribeiro, reconhece a sua
história, mas mais do que isso, reconhece o seu exemplo, as suas idéias e nos
inspira a seguirmos nessa trilha de Demétrio Ribeiro Filho e de tantos homens e
mulheres porto-alegrenses que colocaram em risco as suas vidas na busca da
concretização dos seus sonhos, dos seus conhecimentos, das suas esperanças.
E o segundo Projeto a que queria me
referir, trata da desafetação ou permuta das áreas referentes que vão permitir
a ocupação da Vila dos Papeleiros.
Só queria, para encerrar, Sr. Presidente,
já que o meu tempo está concluindo, dizer que todos nós, seguramente, visitamos
a Vila dos Papeleiros antes e depois da tragédia; tive, ainda, a oportunidade
de passar lá ontem e constatar que é extremamente doloroso ver como se
encontram, hoje, aquelas famílias que foram penalizadas pelo incêndio. Acho
que, na discussão deste Projeto, temos de pressionar o Poder Público para que
acelere as soluções que venham a dar uma vida e uma condição digna àquelas
famílias. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos registrar,
para a honra da Casa, a presença do Deputado Luiz Fernando Záchia, Vereador e
ex-Presidente da Casa. Sinta-se como se estivesse na sua Casa, que já foi sua
Casa, nobre Deputado.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, na presidência dos
trabalhos; Ver. Wilton Araújo, à Mesa; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
senhoras e senhores, aproveito a oportunidade para cumprimentar o ex-Presidente
desta Casa, Deputado Fernando Záchia, o qual nos deixa muita saudade, pois ele
sempre foi um bom companheiro de Vereança e faz um belíssimo trabalho, hoje, na
Assembléia Legislativa.
Eu recebi, de um grupo de funcionários do
Município, uma denúncia que é extremamente grave e que deve ser apurada por
todos nós. Estou encaminhando à Mesa um Pedido de Informações para poder melhor
verificar as denúncias que me foram feitas, as quais foram sondadas por este
Vereador que visitou algumas Secretarias e também conversou com alguns
funcionários do Município.
Este Pedido de Informações diz respeito
ao número de acidentes de trabalho ocorridos durante os anos de 2001, 2002,
2003, celetistas e estatutários em separado (Lê.): “Qual o número de servidores
estáveis e celetistas do Município? No total, quantos dias de afastamento
resultaram dos acidentes de trabalho em cada ano, considerados os anos de 2001,
2002, 2003? Existe programa de prevenção de acidentes oficialmente implantado
no Município? Quantos e quais programas? Quantas ações cíveis existem relativas
à indenização por dano moral em conseqüência de acidente de trabalho contra o
Município de Porto Alegre?”
Eu vou fazer, aqui, um relato daquilo que
eu ouvi em meu gabinete, para que os Srs. Vereadores também tomem conhecimento
daquilo que está acontecendo no Município de Porto Alegre. (Lê.): “O Município
de Porto Alegre está passando por sérios problemas na área da segurança de trabalho.
Funcionários de carreira e servidores celetistas, que exercem suas funções na
Administração Centralizada, são prejudicados pela total inexistência de regras
básicas e elementares de segurança de trabalho, principalmente pelo
descumprimento das regras da Lei nº 6.514, com regulamentação pela Portaria nº
3.214, alusivas à segurança e saúde no trabalho. Aqui no Município, desde 1984,
temos a Lei, assinada pelo, então, Prefeito João Dib, obrigando a criação de
CIPAs, Comissões Internas de Prevenção de Acidentes, em toda a Administração.
Passados todos esses anos, somente a SMOV – e aqui uma homenagem ao Ver.
Guilherme Barbosa, que foi quem criou a CIPA na SMOV – e o DMAE tomaram essas
providências; também foi através do Guilherme Barbosa que, lá no DMAE, foram
tomadas essas providências, e, mesmo assim, de maneira não oficial, porque as
CIPAs que existem tanto na SMOV como no DMAE não são CIPAs oficiais.
No caso do DEP, por exemplo, faltam aparelhos para medição
da quantidade de oxigênio no ar, faltam explorímetros para medir a quantidade
de gases tóxicos e explosivos nos locais de trabalho e outros equipamentos
indispensáveis para a segurança do trabalhador.
Mas a pior situação foi encontrada com relação à SMAM, pois
os celetistas e funcionários do Município exercem suas funções sem o mínimo
indispensável exigido pelas autoridades vinculadas a essa área tão importante
da segurança e saúde no trabalho.
Na SMAM, onde existem mais ou menos 30 celetistas, os
trabalhadores são vítimas seguidas de acidentes com motosserras, chegando-se a
um alarmante número de 40 acidentes por ano, o que representa amputações e
inutilizações de pessoas pela falta de equipamentos que deveriam estar à
disposição do trabalhador, como capacetes, protetores auriculares, protetores espaciais,
botas, calças de motosserristas e cintos de segurança.
Essa situação, além de prejudicar os trabalhadores, traz ao
Município uma perda da capacidade laborativa, sem falar nas aposentadorias
precoces e nas indenizações por acidente de trabalho.
Com toda a certeza, essa negligência por parte dos nossos
administradores tem um preço muito alto para toda a sociedade, porque, se não
bastasse a perda do profissional, temos assegurado ao cidadão, através da
Constituição e legislação infraconstitucional, direitos inalienáveis, conforme
descrição do art. 7º (Lê.): 'São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que esse está obrigado, quando incorrer
em dolo ou culpa'.
No Município, existe a Copast –
Coordenação do Programa de Saúde do Trabalhador –, formada por 2 médicos, 2
engenheiros e 6 técnicos de segurança do trabalho, que, infelizmente, por falta
de recursos, não conseguem desenvolver o seu trabalho nem mesmo com relação a
um curso obrigatório, de 8 horas, que precisa ser ministrado para os operadores
de motosserra.
Esses são apenas exemplos de um mal maior
que aflige não apenas os munícipes, mas, principalmente, os servidores do
Município pelo simples descumprimento de um dever legal".
Nós estamos encaminhando à Mesa este
Pedido de Informações, a fim de que o Município possa dar a resposta, em tempo
legal, porque nós acreditamos que um Partido que se denomina Partido dos
Trabalhadores não pode tratar de forma tão negligente o seu corpo funcional
como acontece aqui em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Ver. Elói Guimarães, que
dirige os trabalhos nesta tarde, demais Vereadores, Vereadoras e todos que nos
assistem, nós queríamos, em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil,
registrar a nossa indignação, o nosso repúdio ao massacre realizado no dia de
ontem no campo de refugiados de Rafah, na Faixa de Gaza, onde uma manifestação
pacífica dos refugiados foi atacada pelo exército israelense, que bombardeou
com helicópteros, com rajadas de metralhadoras e tanques a multidão indefesa,
deixando 24 mortos e 25 feridos, a maioria crianças e adolescentes, num covarde
bombardeio da população civil.
Não tem outro nome essa barbárie senão o
de terrorismo! No próprio Parlamento israelense, inúmeros Deputados se
manifestaram repudiando esse ato covarde e bárbaro. O Deputado Taleb al Sanna
manifestou que a atrocidade promovida pelo exército de Israel contra uma
multidão de palestinos que realizavam uma manifestação pacífica “demonstraram
não ser obrigatório ser alemão para ser nazista”.
O próprio Secretário-Geral da ONU, Kofi
Annan, condenou o massacre de forma enérgica. O Fundo das Nações Unidas para a
Infância, a Unicef, fez enérgica denúncia contra o massacre de crianças
palestinas. O professor sul-americano de Direito, John Dugard, outro
representante da ONU, acusou Israel de crimes de guerra e disse que o Conselho
de Segurança da ONU deveria considerar impor um embargo de armas contra o
Estado judaico, da mesma forma que fez contra o regime do apartheid da África do Sul, em 1977. O Itamaraty condenou
severamente a violência do exército de Israel. Ainda no Parlamento de Israel, o
Dep. Ahmed Tibi considerou que o Ministro de Defesa Shaul Mofaz, o Chefe do
Estado Maior, Gen. Moshe Yaalon, e o Primeiro-Ministro, Ariel Sharon, devem ser
julgados por crimes de guerra, porque ordenaram assassinatos a sangue-frio. O
próprio Ministro da Justiça, Tomi Lapid, afirmou: “Está claro que esta situação
não pode continuar mais. Não importa se foi um erro, isto é uma tragédia
humana, uma tragédia política que deriva de nossa presença em Gaza”.
E poderia aqui continuar com
manifestações de inúmeras personalidades mundiais da União Européia que
denunciaram isso.
É preciso que essas atrocidades, esses
crimes, não continuem sendo aceitos como algo normal na entrada do terceiro
milênio. Estamos começando a aceitar essa violência como algo normal. E é
preciso registrar que o Conselho de Segurança da ONU aprovou com 14 votos a
favor, nenhum contra, mas com abstenção de um único país - e creio que ninguém
precisa ter muita imaginação para saber que país é esse -, que se negou a
condenar tanta barbárie, exatamente os Estados Unidos da América do Norte, que
se diz defensor dos direitos humanos e tem a desfaçatez de querer condenar Cuba
no Conselho de Direitos Humanos. É o Estado, hoje, junto com Israel, mais
terrorista do mundo.
Então, concluímos, registrando aqui a
indignação dos homens de bem deste mundo pela barbárie que o Estado de Israel,
com a cobertura dos Estados Unidos - é bom que se diga - perpetra hoje contra o
povo palestino, contra o povo iraquiano, contra o povo do Afeganistão e contra
todos os povos do mundo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn
está em Licença para Tratamento de Saúde; está presente o Ver. Mauro Zacher,
que já prestou o compromisso. Portanto, S. Exa. passa a integrar a Comissão de
Educação, Cultura e Esportes.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, solicitei à minha
assessoria, no início desta Sessão, que protocolasse um Pedido de Renovação de
Votação, que, na minha avaliação, deve ser apregoado ainda nesta Sessão,
conforme determina o nosso Regimento. A minha assessoria, em vez de protocolar
na Diretoria Legislativa, o fez no Protocolo. Então, posso fornecer a segunda
via, se assim desejar V. Exª, ou que seja requisitado imediatamente ao
Protocolo, para que eu não perca o direito - porque a Sessão pode terminar
daqui a dois ou três minutos -, e eu quero fazê-lo dentro desta Sessão,
cumprindo, evidentemente, a questão regimental. Solicito isto a Vossa
Excelência.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Respondo que, sabe bem
V. Exª, o Requerimento deve vir à Mesa para que se faça o apregoamento deste.
Todavia, pediria aos setores da Casa que viabilizassem as condições para que a
Mesa – ainda é tempo – possa atender o Requerimento de V. Exª, visto que o
documento está chegando. Então, pediria que V. Exª o trouxesse à mesa.
(O Ver. Sebastião Melo procede à entrega
do Requerimento.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu recebo aqui, do
Ver. Sebastião Melo, a cópia do Requerimento já protocolado nesta data, às
14h35min. O Vereador que subscreve requer que “seja feita a Renovação da
Votação do Projeto de Decreto Legislativo nº 002/04, Processo nº 1865/04, com
base no art.196 do Regimento Interno desta Câmara Municipal. Assina o Ver.
Sebastião Melo, Líder da Bancada do PMDB. Sala das Sessões, 20 de maio de
2004”. Portanto, está apregoado o Requerimento do Ver. Sebastião Melo.
O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CARLOS PESTANA: Ver. Elói Guimarães, que neste momento
preside esta Sessão, demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, venho a esta
tribuna com uma certa frustração, porque pensava que no dia de hoje teríamos
aqui um profundo debate sobre o tema da Saúde. Pensava que o nosso colega, Ver
Sebenelo, que regularmente tem vindo a esta tribuna para fazer um conjunto de
denúncias, em geral infundadas, sobre a questão da Saúde no nosso Município,
iria falar desse verdadeiro escândalo que aconteceu no seu Governo em nível
federal, onde houve um desvio de mais de dois bilhões de reais! Dois bilhões de
reais! Justamente naquele Ministério onde se encontrava o então candidato José
Serra, que é no Ministério da Saúde. Alguns dados que o jornal vem trazendo é
importante a gente reproduzir.
Desde 1990, o Ministério da Saúde vinha
comprando medicamentos com o valor de 0,41 centavos de dólar. Posteriormente,
no nosso Governo, Governo do companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, uma das
primeiras medidas tomadas foi justamente rever esse processo licitatório,
fazendo com que preço caísse pela metade, ficando em 0,23 centavos de dólar.
Nos últimos procedimentos, pelo pregão, estava em 0,16 centavos de dólar. O
estimado - e é manchete dos principais jornais do dia de hoje - é um prejuízo,
para os cofres públicos, de dois bilhões de reais, que são fundamentais para a
área da Saúde. Então, nós, aqui, estávamos pensando que talvez, depois de um
conjunto de denúncias, volto a dizer, infundadas, esse seria um tema que traria
um grande debate nesta Casa no dia de hoje, porque, efetivamente, graças a uma
ação do Governo Federal, na nossa gestão, efetivamente, conseguimos uma grande
economia de recursos para a Saúde, que, enfim, é um setor que carece de
recursos.
Eu acho importante fazermos este
registro, porque ele tem sido a manchete nos principais jornais do País.
Outro registro que eu gostaria de fazer,
aqui, é que já começamos a observar na Cidade alguns outdoors do PMDB. Dentre eles posso destacar dois: o primeiro, que
diz respeito a uma área em que eu tive a oportunidade de trabalhar, a área da
Habitação, que diz assim: “Onde não tem habitação popular não existe governo
popular”. A afirmação é correta; o que me causa estranheza é o PMDB colocar
esse outdoor. Isso demonstra, no
mínimo, uma grande ousadia, até porque o PMDB, pelo menos em Porto Alegre, não
construiu nenhuma casa, o que confirma o que a gente vem dizendo há muito
tempo, de que este Governo de popular não tem nada.
Nós poderíamos pegar um segundo outdoor, que diz: ”Apoiar as pequenas
empresas é uma grande idéia”. Talvez no caso do PMDB fosse o inverso: apoiar as
grandes empresas seja uma pequena idéia, porque este Governo, como já fez o
Governo do PMDB no passado, apoiou as grandes empresas; foram quase 2,8 bilhões
em isenções fiscais para as "pequenas" empresas Gerdau, Souza Cruz e
Brahma. Então, essa é a idéia de "pequena empresa" do PMDB. Não deixa
de ser uma ironia, mas uma ironia que casualmente sempre acontece no período
eleitoral. Ou seja, prometem habitação popular e, quando estiveram no Governo
não construíram nenhuma habitação popular; prometem apoio para a pequena
empresa e, na verdade, o que eles consideram como pequena empresa são empresas
como a Gerdau, a Souza Cruz e a Brahma.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente Elói Guimarães, colegas
Vereadoras e colegas Vereadores. Saúdo, especialmente, um grande amigo e
companheiro de tantas jornadas, o Dr. Ivo Guimarães, advogado aguerrido e
companheiro de Partido que nos honra aqui na platéia.
Eu havia chamado o meu extraordinário colega
de Bancada, o Ver. Haroldo, para usar a nossa Liderança, mas ele, em função da
manifestação do Líder da Bancada do PT, nesta Casa, o Ver. Pestana, faz-me vir
à tribuna. Eu não entendi bem, Ver. Sebenelo. Eu peguei o jornal Zero Hora aqui
e li o seguinte: “Fraude lesa a Saúde em R$ 2 bilhões. Uma ação desencadeada
ontem de madrugada por agentes da Polícia Federal - a Operação Vampiro -
prendeu 14 pessoas suspeitas de envolvimento em fraudes que podem chegar a R$ 2
bilhões na compra de hemoderivados para o Ministério da Saúde. Entre elas está
o coordenador-geral de logística da Pasta, Luiz Cláudio Gomes da Silva, até
ontem um dos principais auxiliares do ministro da Saúde, Humberto Costa”, que
teve de voltar correndo da Europa, para dar explicação. Mas então, Ver.
Pestana, do que mesmo V. Exª falou? Que o escândalo é do Governo anterior? Mas
esse cidadão que é o homem de confiança da mala-preta do Ministro, está
envolvido com os 2 bilhões de reais? Ah não! Mas vem cá, meu Vereador, mas está
tão difícil fazer denúncia aqui nesta tribuna que V. Exª está agarrando-se em
“fio desencapado”? Mas isso pega mal para o Governo! O assessor do Ministro
está preso, e V. Exª vem aqui dizer o seguinte: “Mas é com o Governo anterior”.
Vossa Excelência está sendo injusto, aliás, até na corrupção o Governo do
Fernando Henrique e do Lula estão juntos, por quê?
Nas políticas neoliberais nós já tínhamos
absoluta certeza de que era uma continuidade. Agora vejam: os escândalos vêm lá
do Governo Fernando Henrique! O Ministro convida o cidadão, coloca-o como homem
de proa do Governo, e agora V. Exª vem aqui denunciar que é o Governo do
Fernando Henrique?! Então, eu vou parar por aqui, porque os fatos estão aí,
talvez o Ver. Pestana não tenha lido a Folha de São Paulo ou o jornal Zero
Hora; então eu vou deixar que ele venha à tribuna, na segunda-feira e, por
favor, faça a retratação.
Agora quem é que governa para os grandes
e discursa para os pequenos? Por quem o povo responde nas ruas? O Governo do
Lula, o Governo da banqueirada, o Governo que agrada os grandes e come
galetinho no ABC paulista, da Sadia, com os operários.
E por que ele agrada os grandes? Nisso
não há ironia. Ele agrada os grandes, porque nas duas últimas décadas o maior
juro foi para os bancos, a maior lucratividade quem teve foram os bancos no
País, e não ocorreu nos governos do Fernando Henrique, do Sarney ou do Collor,
mas foi no Governo do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva! Sabe quanto pagaram no ano
passado do custeio da dívida? Cento e quarenta e cinco e alguma coisa de
bilhões de reais.
E o cidadão que está-nos assistindo,
neste momento, sabe que no bairro dele, próximo da casa dele está faltando
dinheiro para a Saúde, está faltando dinheiro para Habitação. Então quem
governa para os grandes? Não, não é o PMDB. O PMDB, quando está no Governo,
governa democraticamente e com muita inclusão social. Habitação popular, aqui
em Porto Alegre, é caso de polícia, porque, na verdade, não há um programa em
16 anos. São 10 mil e 500 moradias com 32 metros quadrados, de péssima qualidade,
a maioria delas já sendo reformadas. Então não há política habitacional.
Então, por isso, evidentemente, há esse
histerismo da Bancada continuísta, porque os outdoors estão dizendo aquilo que a rua está dizendo. Não há de se
falar em Governo Popular quando não há habitação popular; o que há é uma
política, sim, que não cobra dos banqueiros os impostos, aqui da Cidade - essa,
sim.
Ontem, ao votar as contas do Sr. Raul
Pont, ficou provado: por dez anos os processos ficam aqui no Conselho do Contribuinte.
Agora, aquele cidadão que veio lá do Barro Vermelho, que acho que nem
ficha de ônibus tinha, pegou uma carona, ontem, 747,22, ele foi para Lomba; iam
tomar o televisor dele. Esse é o Governo do PT: discursa para os grandes,
discursa para os pequenos, governa para os
grandes, salamaleque para banqueiro e cacete no camelô; esse é o jeito petista
de governar. Portanto, nós vamos continuar esse debate, na semana que vem,
nesta tribuna.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mauro Zacher
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, para mim é sempre uma satisfação, uma honra poder voltar a esta
Casa e estar na companhia dos senhores. Eu gostaria de usar o período de
Liderança, que me foi permitido pelo Ver. João Bosco Vaz, nesta oportunidade
única que estou tendo aqui, para divulgar uma atividade que estamos fazendo na
região de Porto Alegre - o 4º Distrito.
Nas várias vezes que tenho vindo a esta tribuna,
chamo a atenção da necessidade que o 4º Distrito tem de investimentos pesados.
Essa região que já foi forte no seu comércio, que já teve uma parte residencial
muito grande e que ainda tem grandes empresas presentes. E, hoje, encontramos o
4º Distrito abandonado, ainda alagado e com o seu comércio completamente
enfraquecido.
Então, por intermédio da Associação dos
Amigos do 4º Distrito, a qual eu presido, em conjunto com a Uampa, estamos
realizando o 1º Fórum de Revitalização do 4º Distrito. Esperamos que nessa
atividade a gente possa debater a problemática do 4º Distrito, que possamos
mostrar à comunidade, a toda sociedade de Porto Alegre, a todos os segmentos, à
Prefeitura de Porto Alegre, que aquela comunidade está inconformada, mas que
está pensando no futuro do 4º Distrito. Que a gente possa ter naquela região,
Vereadora, maiores investimentos e um futuro melhor para aquele comércio, e que
nós possamos trazer, de novo, a parte residencial para aquela Região.
Então, esse evento será realizado no dia
22 de maio, no Colégio Concórdia, iniciará a partir das 8h30min da manhã com a
presença de várias autoridades, e à tarde nós teremos as oficinas, em que
debateremos a questão da Segurança; segurança e direitos humanos, indústria,
comércio e geração de renda, quando teremos a demonstração de vários programas
de geração de renda que há no Bairro; nós teremos Educação e responsabilidade
social, em que debateremos principalmente a questão da educação nas escolas, a
necessidade que se tem de investimentos; Saúde e Meio Ambiente, a problemática
da Saúde de Porto Alegre e o abandono das praças daquela Região. Será uma
oficina interessante. Também os temas sobre Plano Diretor e Habitação; sabemos
de toda essa mudança que haverá no Plano Diretor. Tem de se dar um novo rumo ao
4º Distrito.
Então, eu gostaria da presença dos
Vereadores nesse evento, já tive a confirmação de vários; mas, realmente, é
importante que esta Casa esteja presente com a sua pluralidade partidária, e
que a gente possa fazer um grande debate no 4º Distrito e que tenhamos, quem
sabe, um resultado positivo desse Fórum, dessa iniciativa da Associação dos
Amigos do 4º Distrito, em conjunto com a Uampa.
Eu queria finalizar, dizendo que é uma
satisfação estar nesta Casa de novo e agradecer a oportunidade de estar aqui
com vocês. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto
Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, ouvimos atentamente a fala do Ver. Mauro Zacher e
quero fazer uma complementação a respeito do seu belo trabalho no 4º Distrito e
dizer que a Frente Popular está fazendo também um grande trabalho na parte de
saneamento básico, junto ao Departamento de Esgotos Pluviais para tentar sanar
um problema de mais de um século em Porto Alegre, relativo àquela área, com a
decisão da Álvaro Chaves, não é Ver. João Antonio Dib? Então, sabemos dessa
grande obra que está lá, onde estão sendo investidos alguns milhões de reais
para aquela parte da Cidade, que é uma parte que, muitas vezes, alguns dizem
que está esquecida.
Mas eu quero falar um pouco, hoje, sobre
a questão da Defensoria Pública. Recentemente, há questão de umas três semanas,
participei na Vila Batista Flores, de uma grande reunião junto com a Defensoria
Pública e lá eles mapearam aquela região e estão fazendo a regularização
fundiária. Lembro-me bem que foi falado, de maneira clara, do proselitismo
político que envolve certas regiões da Cidade, principalmente nesta época,
época de campanha eleitoral, em que alguns políticos se apropriam desses
espaços, fazendo listagem e dizendo para aquelas pessoas que eles vão resolver
os problemas de regularização fundiária.
Porto Alegre, hoje, tem mais de 400 vilas
com sérios problemas fundiários, e a Defensoria Pública está fazendo um belo
trabalho. Nesse trabalho, na Vila Batista Flores, junto com a Faculdade de
Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi mapeada casa por
casa; as ações da Defensoria Pública são individuais - e eles fazem questão de
dizer que as ações são individuais -, não aceitam intermediário, não aceitam
pagamento, mas sabem que, por exemplo, naquela própria Vila, há várias pessoas
cobrando, várias listagens usufruindo, tentando enganar, às vezes, a própria
população que parece que, de uma maneira mágica, terão os seus problemas de
regularização fundiária resolvidos.
Então, a Defensoria Pública tem feito
esse brilhante trabalho; é um trabalho desgastante, porque é feito caso a caso,
eles têm de verificar durante quanto tempo aquelas pessoas moram naquela
região, têm de verificar de quem é aquela propriedade, se dá para ingressar com
a questão de usucapião ou não. Mas o trabalho que é feito pela Defensoria
Pública - um grupo de pessoas que tem estudado caso a caso - é altamente
dignificante.
Ontem foi feito um mutirão organizado
pela própria Defensoria Pública, e, Sr. Presidente, V. Exª que é Procurador do
Município, talvez esta Casa também pudesse um dia convidar para comparecimento
a Defensoria Pública, e eu apresento essa sugestão para que eles possam
explicar esse processo que eles estão fazendo não só no âmbito municipal, mas
em todo o Rio Grande do Sul, sobre esse trabalho de regularização fundiária,
que é um anseio de grande parte da população, daquelas pessoas que moram e que
querem ter o direito à propriedade com todas as celeumas que existem.
Então, talvez fosse interessante que eles
pudessem aqui explicar, como foi feito ontem na Assembléia. E eu volto a dizer:
é um trabalho digno, um trabalho de forma gratuita, mas é pago pelo Estado.
Então, de qualquer maneira, tem a contrapartida que a própria sociedade paga.
Mas, eu volto a dizer, é uma questão séria, não é feita com proselitismo
político que, muitas vezes, principalmente nesta época eleitoral, aparecem
"salvadores da pátria" querendo regularizar a situação fundiária de
todas as 400 vilas da nossa Cidade. Então, mais uma vez, parabéns à Defensoria
Pública por esse trabalho.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais Lideranças
inscritas, nós vamos ingressar na Ordem do Dia. Solicito que seja aberto o
painel eletrônico para que os Srs. Vereadores consignem as suas presenças para
verificação de quórum e imediato ingresso na Ordem do Dia.
(Procede-se à verificação de quórum.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós temos, no painel,
consignados 10 Srs. Vereadores, com o Ver. Reginaldo Pujol. Não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h.)
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